Sexta-feira, 7 de Março de 2008

Poemas da Minha Terra - Publicação Final


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"Poesia em Rede".
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Domingo, 2 de Março de 2008

(87) Portugalidade

Portugalidade

 

Pelo Norte com Chaves abri,

Lugares vivos e boas gentes

De tempo frio e Homens quentes

A outra invicta havia ali.

Para sul, vendo, olhando, rumei,

Bebi vinho, iguarias comi,

Paisagens lindas e praias eu vi,

Belas montanhas de neve amei.

De saber, cheguei à cidade

De doutos e outros senhores

Bom português, fado e amores

Encantos de vida na verdade.

Sete colinas são as tuas,

És grande, pelo Tejo banhada

Bela, és por todos amada

Na luz que ilumina as ruas.

Planícies de perder o fim,

Chaparros, searas de trigo,

Gaiatos a brincar no milho,

É o quadro mais belo p’ra mim.

Algarve de sol e do mar azul

Dos ingleses e laranja doce

É agora, como se fosse

O nosso outro reino ao sul

 

Na verdade não há ideal,

A minha terra é Portugal!

 

Mário L. Soares
publicado por poesiaemrede às 01:26
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(86) Na Minha Terra

Na minha terra

 

 

A terra… Preta, preta, preta…

O verde… Come-se…

Os pássaros… Um azul quente…

Os Velhotes… Os suores…

A transpiração… As rugas…

Círculos… Vidas…

Os Avós… Os Netos…

Os Netos… Os filhos dos Netos…

O lugar… A aldeia…

O respeito… A simplicidade…

Os actos… A verdade…

Sem preços… A honestidade…

Na minha terra…

É assim,

Na minha terra…

 

Migos Môr

publicado por poesiaemrede às 01:22
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Sábado, 1 de Março de 2008

(85) Cidade do Porto

Cidade do Porto

 

As tuas iniciais,

São nome de Portugal.

São cinco letras reais,

Pois tu és original!

 

Tenho gosto e vaidade

Por ter nascido no porto.

Sou desta linda cidade

Tripeiro vivo ou morto.

 

Sou deste porto velhinho

Do rio douro vaidoso.

Também és nome do vinho

Que no mundo é famoso.

 

Do caloroso São João,

Do trinta e um de Janeiro

E das tripas com feijão,

Deste porto hospitaleiro.

 

E da velhinha ribeira

Do mercado do bolhão!

É esta cidade tripeira

Que trago no coração.

 

És minha cidade

Do norte de Portugal,

Terra de Liberdade

Sempre nobre e Leal.       

 

 

 

 Pedro Augusto

publicado por poesiaemrede às 03:05
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(84) A Minha Casa

A minha casa
É toda a casa
Uma casa no mundo
Que não pára nem por segundo

Terra com tantos extremos
Tanta alegria e pobreza
Tanta dor e riqueza
É desolação..

Que mundo inconsciente
É o que nos rodeia
Que nos mostra felicidade
No meio de mar tão ardente

Mas que mar esse?
Tão enfermo, tão iludido..
Tão endurecedor o ouvir da badalada
E o tempo a passar..
É nada!

Ele passa, passa..
É real, é imaginário..
Mas que sonho tão precário
Este mundo ao contrário

É uma terra desmedida
Sem paz ou qualquer raiz
Uma vontade esquecida
De sair e ser feliz..

Daniela Borges
publicado por poesiaemrede às 03:01
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(83) Minha Terra

Minha Terra

 

Em minha terra me sinto tão acolhida e integrada,

que às vezes me faltam olhos críticos

ou de justo encantamento

- a ela não pareço estar suficientemente atenta .

Se viajo, outras seguram o meu olhar curioso,

predisposto a delas gostar

- há quase sempre a intenção de voltar.

Mas é à minha terra que sempre retorno,

bendizendo o meu lugar no mundo,

aquele que reconheço como pátria

e me reconhece como filha.

 

Terra minha,

não apenas um espaço físico,

mas um conjunto de sentimentos,

modos de ser, posturas,

que definem sua alma,

nossa alma brasileira...

 

  Cecília Quadros

publicado por poesiaemrede às 02:58
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(82) A Minha Terra

A minha Terra
 
Uma terra maravilhosa
com alegria para dar e vender.
Estão sempre de braços abertos
para ouvir os desabafos de quem sofrer
por amor ou desgostos
de viver!
 
As couves e batatas,
tudo do melhor
mas o que me admira
são as pessoas, sem dor.
 
Porque mesmo com bons ou maus momentos
estão sempre ali,
para apoiar quem precisa.
 
E assim todos juntos,
vivemos felizes,
apoiando uns e outros
sem criar defuntos.

Rita Santos
publicado por poesiaemrede às 02:57
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(81) A Minha Terra

A minha Terra
 
 
Uma terra sem fim,
de amor e alegria!
 
Os velhotes como alguns lhe chamam
não têm nada a perder,
desde que estejam ao pé da familia
não hão-de sofrer.
 
Um sorriso de um idoso,
é uma flor a nascer,
de como é,
no fim de crescer.
 
Porque uma terra,
sem familia,
não é terra
porque para ter alegria
é preciso saber,
como é que se ajuda uma pétola a florescer!

 

Anónimo
publicado por poesiaemrede às 02:47
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(80) Do Alto da Serra Algarvia

Do alto da serra algarvia

Vislumbro um magnífico esplendor.

Sente-se uma suave melodia

Inspiração única para qualquer escritor

A essência pura do rio que chega ao mar!

 

Aqui, onde a água salgada beija a areia

E a natureza continua virgem

Relembrando as batalhas do passado.

 

No ar… o cheiro das flores

O esvoaçar de um bando de pardais

E o sorriso da lua ao sol.

 

Vê-se o dia a terminar…

A praia espreita o horizonte,

Os barcos regressam ao lar,

Ouve-se o correr da fonte,

E o crepúsculo apresenta-se mais uma vez formoso!

 

_____________________________________________________

 

Vânia N.

publicado por poesiaemrede às 02:44
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(79) Onde Penduro o Chapéu

Onde penduro o chapéu

 

Passei por muitos arvoredos,

Pinhais, montes, cidades e vilas,

Colinas, lagos, prédios e ruínas,

Beleza sem fim e horríveis penedos

 

Andei por planícies e montanhas,

Caminhei por vales e estreitos,

Toquei casas e apartamentos,

Imensas vivendas estranhas

 

Vivi em barracas e mansões,

Comi do pior, também do melhor,

Topónimos todos, não sei de cor,

Vi lugares de luz e escuridões

 

Seja a sarjeta ou um céu

Seja na praia ou na serra

Na verdade a minha terra

É onde penduro o chapéu

 

António Romano

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(78) Minha Terra, Aldeia Febril

Minha Terra, Aldeia Febril

 

A febre é sintomática

De cruel flagelo servil

Sua ferida enigmática

Inflama em chamas corpo febril

Num disfarce de calor

Um pedido de socorro

Um apelo espacial

Ecoa no universo seu clamor!

 

Forte rubor denuncia

Aumento da temperatura

Perigo prenuncia

O berço vira estufa

Arde em seu corpo queimadas,

Lágrimas vertem geladas

E, o vento enfurecido

Joga o berço ao rochedo

Estremece o adormecido!

 

Rompe-se a renda do véu

Berço exposto

Impedida de contemplar o céu

Esconde entre as mãos, o rosto

A luz que o berço ilumina

Também fere,

Queima as faces da menina

Febril geme tristonha,

Minha aldeia pequenina!

 

Gelcí

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Sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008

(77) Coimbra

Coimbra
 
Em ti,
Cidade cantada das cidades,
O sonho não tem fim,
A saudade não tem início,
A morte não tem lugar.
Em ti,
Cidade da juventude eterna,
Dos segredos sussurrados pelas ruas,
Do pôr do sol, do nascer das luas,
Das visões, dos projectos, das promessas,
A morte não tem lugar.
Em ti,
Poesia clara da verdade,
Tradição pura e presente,
O coração bate mais do que a idade,
E a emoção estala, toda, num repente.
Porque em ti,
Cidade amor,
A morte não tem lugar.
Em ti,
Por ruas antiquíssimas e solenes,
O peso da humanidade, com a leveza duma brisa de verão,
Acompanha os meus passos,
E diz-me que em ti
A morte não tem lugar.
Porque em ti, só em ti,
A vida és tu, e tu não morres,
Nem hoje, nem nunca,
Por seres, o que és,
Coimbra.

 
André Vilhena
 

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Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2008

(76) Daqui Eu Vejo

Daqui eu vejo

 

Deste chão

Desta semente imune à ira da tempestade

Eu nasço

E de mim a terra

Aqui eu me fiz aqui me faço

E aqui o que quer que eu faça

É nulo esforço nulo de verdade

Para impedir o sol de brilhar

Onde quer que ele nasça

Neste Olimpo sem pagãos

Nem tempo para perder ou ganhar

Aguardo e observo

O ritmo absurdo e irregular das coisas

Dessas dependentes autonomizadas tribos

Que se atropelam em forças e esforços

Para sobreviver

Esgotam-me e esgotam-se

No que têm de pior para dar

Melhor seria voltar ao início

Daquele chão

Daquela semente imune à ira

Fazer de novo

A minha terra

Luís Fernandes
publicado por poesiaemrede às 23:58
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(75) Numa Aldeia Adormecida...

Numa aldeia adormecida…

 

Numa aldeia adormecida,

Em dia de tempestade,

A Senhora na Azinheira pousou,

Às três Crianças falou.

 

A sua dor ao Mundo partilhou,

Ao fim da guerra suplicou.

Sobre a aldeia de Fátima,

O sol bailou e a esperança pousou.

 

O povo gritou,

 Mergulhado na miséria,

Suplicio de dor,

Num País ditador.

 

Sobre a Terra de Fátima,

A Senhora o Mundo abençoou,

Com seu Amor de Mãe,

Da guerra nos salvou.

 

Fátima Terra de Fé,

 Arrastas multidões,

Em tantas gerações,

Iluminadas pelas suas orações.

 

Fátima Terra de Fé,

Pequena aldeia adormecida,

Que agora não é esquecida,

Unes nações e abraças as religiões.

 

 

Ana Guedes

 

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(74) Não me alcunhei de Coimbra

Não me alcunhei de Coimbra


Ó Augusto, Augusto...
Olha o que fazes de ti,
Sempre a gabar Portugal
E alcunhas-te yodleri?

Que raio de coisa é essa?
Podias usar Coimbra,
Que é tua terra natal,
E por sinal é tão linda!...

Ou Fado, Fado é bonito!
Ou Mondego, ou Choupal.
Chanfana dum bom cabrito,
Ou batatas em água e sal!

Outra alcunha bestial:
Grelos, ai verdes grelos;
Rancho ou feijoada
Ossos, quem dera tê-los!

Ou... isso, Repúblika
Aquela do Prákistão...
Ainda ca dos Kágados
Tambem fizesse vistão.

Ou Manga, ou Sereia,
Ou Jardim do Tritão.
Ou mais que venha à ideia,
Mas yodleri?... Não!...

Anónimo
publicado por poesiaemrede às 23:53
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Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2008

(73) Saudades de ti

Saudades de ti

Molhada és tu, pelas águas do Atlântico,
donde, ao findar a tarde, tens um pôr-do-sol exuberante.
Mãe de poetas que te versam em lindos cãnticos,
e, não te esquecem, mesmo em terra tão distante.

Orgulho puro de quem nasceu de tuas entranhas,
por ver-te forte, mesmo ferida por batalhas.
Sobrevivente da ambição do homem, tão estranha,
que te feriu como corte de navalha.

Em cada esquina de tuas ruas há magia.
E nos teus largos, vês nascer novos amores.
Mavioso encanto e inspiração nas melodias...
És flor mais bela dentre todas outras flores.

Enamorado, apaixonado, te declaro:
que infinito é o que tenho ao coração.
Como poeta, nos meus versos deixo claro.
Todo o amor por ti: São Luis do Maranhão!



Autor(a): Sandra Cristina Silva Borges

publicado por poesiaemrede às 23:12
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(72) Um dia na minha Terra

Um dia na minha Terra

 

Era pequena e sonhava,

Gostava de animais,

Da terra onde vivia,

Do ar puro,

Das flores,

De brincar,

Do sol que entrava na minha janela.

Era pequena  e sonhava .....

Mas o tempo foi passando,

A vida mudando,

Mas ainda continuo na minha casinha,

Pintada de branco e amarelo.

Tenho um quintal e tenho em redor as mais belas paisagens que se pode ter.

Não só o céu azul, o manto verde do campo e as flores,

Mas sim o encanto e a beleza  que  me ilumina todos os dias.

Talvez não esteja no sítio mais belo,

Mas encontro o silêncio e a felicidade.

Acordar de manhã e respirar um ar tão majestoso

É para mim a liberdade e um infindável bem estar.

Um dia na minha terra será perfeito quando conseguir pintar a beleza de uma paisagem

E será para sempre a mais bonita lembrança que tenho da minha aldeia.

 

 

 

 

 

 

 

                                                 Patrícia Caldeira

 

publicado por poesiaemrede às 23:06
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Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2008

(71) "Há coxas nuas a correr pela cidade."

“Há coxas nuas a correr pela cidade.”...

 

 

Há coxas nuas a correr pela cidade.

Ninguém repara nelas,

são coxas vulgares

umas de mulheres

outras de homens,

andando sozinhas, separadas de corpos e almas,

pelo Bairro Alto à noite,

pelas calçadas com pedras soltas,

pelas escadinhas escondidas atrás das esquinas,

pela minha casa e pela minha cama,

quando a penumbra abandona o seu silêncio azul

e lentamente nos murmuria

o caminho da pele.

 

São coxas simbólicas

lembranças de pequenos amores

e esquecimentos feitos de manhã

quando o corpo já expulsou os seus males

e do sexo terminado faz motivação luminosa.

 

Algum dia apanharei uma dessas coxas

e a juntarei a mim.

Aí poderei estar à frente do espelho

e encontrar-me naquele limiar

onde observo desfocadamente

o recanto já velho da minha surdez

e já não sei o que vejo:

se o teu cabelo

se o mar invadindo-me.

 

 

 

 

 

David Erlich
publicado por poesiaemrede às 21:22
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(70) Um Suspiro!

Um suspiro!
Um suster desse cheiro
que me agrada...
Esse volver de terra
que se sente
no calor que emana
do chão molhado,
que piso docemente,
e que amo,
com o amar de séculos,
como se sempre aqui
eu tenha estado,
neste chão
que me inebria o pensamento
e que me enche o coração.
A ti volto, em ti busco
o aconchego de meu ternurento lar
e de minha dourada infância...
Só tu conheces
pela Vida, meu caminhar,
meu doce chão, eterna terra
de meu sonhar...

Anónimo
publicado por poesiaemrede às 21:17
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(69) "O Mundo dos cheiros, cores e sabores" - A Terra da Culinária

"O Mundo dos cheiros, cores e sabores" - A Terra da Culinária"

A minha terra
É a terra dos sabores
Doces sabores de mel e canela,
Não há outra como ela!
A terra do cheiro das pipocas, das quentes farturas,
E do doce algodão,
Que deixam no ar um doce respirar
Ai que boa sensação!
Das bolachas de cacau, laranja ou erva doce,
Dos biscoitos de gengibre, para os mais aventureiros,
Coscorões com cominhos, é o segredo que está na posse
Dos grandes mestres pasteleiros.
A terra do chocolate quente aveludado
coberto de natas ou chantilly,
acompanhado de bolo de bolacha ou de pudim de pão
Nada melhor para aquecer a alma e coração!
A terra dos frutos vermelhos e açúcar mascavado
que cobre o crepe com gelado,
de baunilha...mas que cor tão tranquila,
é de comer e cair para o lado!
Do sabor do vinho frutado,
de rubi pedra preciosa,
um perfeita combinação,
para um tarde calorosa ... de Verão!
Terra esta onde o salgado é apimentado,
e o cheiro do caril e do leite de côco não podem faltar,
até o arroz, vejam só...é perfumado!
quem da minha terra sai, só pensa em voltar!


Yo
publicado por poesiaemrede às 21:14
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(68) Arruda

Arruda

Vila perdida
naquele Vale Quente,
terra desconhecida
que não me sai da mente.
Fico eloquente,
não tenho saida.
Tenho que voltar
a essa terra perdida.
Lembro pensamentos,
trago as recordações,
os amigos esquecidos,
o fim das relações.
Ai, a vila perdida
a vila que não muda,
a terra esquecida
a vila de Arruda.

Miguel Fonseca Esteves
publicado por poesiaemrede às 21:12
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Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2008

(67) Ilha Encantada

Ilha Encantada

 

Sigo o teu rosto na noite e me conduz,

De encontro ao mar, ao firmamento...

No mar sinto o silêncio, do céu a cruz,

Nestes passos, perdura a dor e desalento.

 

Apego tão grande trago em mim,

Vislumbrando o teu toque, teu suspirar!

Faz-nos distantes o destino e sigo assim;

É o teu som que vive em mim aclamar...

 

É voz entoada ecoando vibrante,

Num corpo, que ao destino é lançada

Na procura dessa Ilha brilhante.
                      

Terra de sonho, imagem alucinada!

Destino de sossego ao viajante,

Lugar de início à caminhada!

 

 

 

Rui Cordeiro 11.2007

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(66) "A Minha Terra"

"A minha terra"

Esta terra não é a minha terra.
Nenhuma terra é a minha terra.
Nenhum grão do que seja, de terra, de areia, do que seja, é terra que eu pise.
Eu não piso chão algum.
Eu não me movo, não me atrevo, nesta ou em qualquer terra.
Quantos anos somam as poeiras que me ferem a vista cansada?
As poeiras que me devoram entranhas e pele e os olhos feridos, esbatida a visão que me tolda numa rajada de vento vil e doentio.
A poeira traiçoeira que me devora e não me deixa pisar o chão, chão algum.
Me fere a vista cansada, me expulsa desta casa que não tenho, que não habito, como a terra, terra alguma, seja qual for.
Nenhuma terra é a minha terra.
Eu não vivo, nem respiro, não me movo, nem respiro, não existo, nem respiro.
Em terra alguma, eu não tenho terra, eu não a exijo, não a permito.
Esta, esta terra que não é minha.
Nem esta nem terra nenhuma.

Anónimo
publicado por poesiaemrede às 00:11
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Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008

(65) Terra de Portugal

Terra de Portugal

 

Brancas casas caiadas

Que ao sol brando de Outono

Se erguem, testemunhas do tempo,

De um passado sem retorno.

Suas fachadas imóveis

De centenárias vivências,

Seu ar inextirpável,

Sua misteriosa indeiscência,

Que segredos encerra

Desta minha bela terra.

Terra de terra

E da gente dela,

Que é sua alma.

Terra de vinhas,

De íngremes colinas

Terra de rios cintilando

E de lezírias ondeando.

Terra de invicto povo

Que os braços jamais cruzou.

Armado apenas de sua bravura

Cingido dela lutou.

 

Esta terra em que nasci,

A mesma onde morrerei,

Que amo de lés-a-lés,

A ela presa fiquei.

Esta minha terra amada

De gente simples e leal.

Esta terra abençoada

A que chamaram Portugal!

 

Inês Ribeiro

publicado por poesiaemrede às 01:56
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(64) Minha Terra Eurotupy Nagô

Minha Terra Eurotupy Nagô


Fui do Tejo aquele impetuoso a expulsar os Mouros, a tomar Celta,
a se lançar,  para muito além da Taprobana, com sua nau,
e a ver no sal do mar as lágrimas do Porto, Portugal. 

Fui Peri, Camões, Zumbi e Nassau:
E aprendi sobre as constelações, o tempo e a entropia.
Controlei o sextante, as correntes e os mapas.
Compreendi os postulados de Euclides,
a sensualidade das linhas de Niemayer,
as topologias, as intricadas álgebras de Clifford
e a desmesurada exatidão da arte plumária.

Depurei as cartas de amor de Soror Mariana,
e entreguei-me à dança e ao tambor,
ao ópio e a De Quince, ao álcool e ao sexo.
Aprendi sobre Santa Bárbara, Oxum, Oxossi, Logum-Edé;
e sobre os versos de pedra dos Yorubás.

Enfim, dessas terras minhas,
desse vasto domínio português eurotupy-nagô,
aprendi sobre essas coisas todas, que são descritas ora como alegres,
ora como interessantes e as vezes  como civilizatórias;
mas que se prestam somente a subtrair um pouco do tédio,
da brutalidade, da arrogância e da melancolia humana.


Autor: Berti
publicado por poesiaemrede às 01:49
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(63) A Madeira é um Jardim

A Madeira é um Jardim
 
Tantos jardins percorri
À volta da terra inteira,
Mas o mais lindo que eu vi
Foi a Ilha da Madeira.
 
Recordo a minha alegria
E o fascínio do momento
Que eu senti naquele dia
Ao ver tal deslumbramento.
 
Foi tão grande a surpresa
Que pairou dentro de mim
Que minh'alma ficou presa
No encanto deste jardim.
 
Por momentos eu pensei
Ser apenas uma miragem,
Mas depressa me embalei
Na magia desta paisagem.
 
A Madeira é um lazer
Que nos dá imenso gozo,
Continuará sempre a ser
Um jardim maravilhoso.
 
Quando nós de lá partimos
É tão grande a sensação
Que no peito até sentimos
Um jardim no coração.
 
    RAMA LYON
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(62) Terra Minha Jamais Esquecida

Terra Minha Jamais Esquecida

A minha terra fica a Norte de Portugal.

É unica, pois não há outra igual.

Chama-se Enxames e pertence a Baião.

Como muita gente, acho-a a mais bonita então...

 

Tem no alto as curvas e contra curvas.

Pelo meio os socalcos com as suas uvas.

Que fazem o vinho do Porto tão apreciado.

A seus pés, os barcos Rebelos no Rio Douro, descansado.

 

É uma terra de escritores conhecidos.

Como o Professor António Mota e seus livros.

E o nosso inesquecivel, Eça de Queirós.

A sua pousada é vizinha de meus avós.

 

Terra minha, a que só vou de visita.

Porque, de lá parti quando era pequenita.

Não havia trabalho, problema que perciste, por isso parti.

Recordações não tenho, de quando aí residi.

 

Da meninice e mocidade à idade actual e até morrer.

Das visitas aos familiares, essas nunca vou esquecer.

Ás minhas filhas, a miha terra já fui mostrar.

Quando tiverem filhos a minha história irão contar.

 

Já conheci e vivi noutras terras e noutras posso morar.

Terra minha, podem as pessoas morrer e as paisagens mudar.

Mas, terra minha, não é porque parti, que te vou esquecer.

Gosto de falar de ti e tenho orgulho, da terra que me viu nascer.

 

Ass: Vindamar

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Sábado, 16 de Fevereiro de 2008

(61) Reminiscências e Coisas Mais

 

REMINISCÊNCIAS E COISAS MAIS

 

 

Cobriu de cinzas minh’alma quando parti.

Na bagagem  sabor de jabuticabas,

 o mistério dos porões escuros,

 chiado dos  carros de boi na modorra do dia

domingos chuvosos

 lamento de flauta pela vidraça molhada.

Um sonoro badalar. De onde é o sino ?

É o das Dores, é o de Santo Antônio?

Sons de matraca no silêncio das ruas.

Catas abandonadas - morada da Mãe do Ouro

visão fantasmagórica nas noites de prata.

O canto do pássaro no galho

doces manhãs de neblina,cheiro de infância.

 

O trem engole  a serra.Último silvo

 ponto final de uma meninice dourada.

O tempo derrama a saudade

e molha o peito com água dos olhos.

Anna Ayres

 
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(60) Malanje, Minha Terra

MALANJE, MINHA TERRA

 

Malanje, minha Terra,

Malanje, minha Vida,

Malanje venceste a Guerra,

Mas tua  Palanca está ferida.

 

Malanje já recupera

deitada no planalto

e hoje cobre a sua terra

com Paz, Brita e Asfalto.

  

Malanje das cinzas renascida,

qual Fénix, ressuscitou

do  fogo, que a deu por vencida,

mas foi Ela que o queimou.

 

E como sempre, de mão estendida,

a todos já perdoou

e até à Queimada está agradecida,

pois foi quem  a regenerou.

 

Malanje pelo Mundo espalhada,

por via da Gente que partiu

e se viu "entornada", refugiada,

num país a Norte e frio.

   

Malanje da Gente que ficou,

porque não teve alternativa,

e na querra morreu, sofreu,…e amou,

lutou, venceu… a chama está Viva.

 

José Manuel da Cruz Vaz Jacinto
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(59) São Fragâncias Únicas

são fragrâncias únicas as daquela cidade

pequena, aldeia grande, que tenho e tinha

que me pertence por não ser minha

eternamente nossa e somos só nós na verdade.

 

Alentejo cheio de sabores e desertificação

cidade perdida e achada no meio dos campos

com tantos cheiros e brilhos e encantos

com gente com vontade de emancipação.

 

é linda; é cercada com serra.

tem ruas e castelo e ruelas

e cheiros únicos escondidos em vielas

e gente…esta é a minha terra.

 

 

Ana Durão

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(58) "A Minha Terra"

“A minha terra”

 

 

 

A minha terra não é minha. É muito mais.
Nem sequer é nossa, exclusiva dos nossos tempos.
Antes de mim, a partir de um simples cais,
Já se aventurava, sem medo, pelos Descobrimentos.
 
A minha terra é mais do que os rios, as colinas,
Os campos, as montanhas ou as cidades
Onde crescemos, brincámos, conhecemos as meninas
E fizemos as primeiras amizades:
A minha terra é também a língua, o fado, as populações,
Os monumentos, a história, a cultura, as navegações!
 
Mesmo aquele genuíno sentimento
Que quando estou longe me abraça cá dentro
(Há quem lhe chame esperança, mas erra,
Porque não é esperança de verdade),
Não é meu, é da minha terra,
A pátria da saudade.
 
E para conhecê-la, basta viajar
Pelos sete mares e pelos sete ventos,
Para todos os lugares onde continuou a exportar
Os seus patrimónios e os seus talentos.
 
A minha terra é Portugal,
Cujas fronteiras se estendem pelo mundo inteiro.
Só falta acreditar, o sonho é real,
Só falta erguer-se o nevoeiro.

 

 

 

Filipe Miguel Costa

publicado por poesiaemrede às 01:56
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Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008

(57) A Minha Terra

A minha Terra

 

 

Nem sempre regressar a casa,

Ao local onde nascemos,

È a melhor solução.

Existe todo um caminho de estrelas mortas,

De sombras, de fantasmas.

E eu sinto que estou na escuridão. Ao teu lado.

Não é preciso visitar-te.

Sei que estás lá. Aqui. Dentro de mim.

Sinto que levanto o peso dos anos.

Todos aqueles que preenchem o calendário.

Não me esqueces. Não te esqueço…

Sei que viverás muito para além dos meus dias.

Assim como o braço do barbeiro

Só está completo quando segura a navalha,

Tu és um prolongamento de mim.

 

 

Paulo Eduardo Campos

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Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2008

(56) A Praça

A PRAÇA

 

Rejuvenescida e vivaça

Ex-libris da cidade

Tão bela está a Praça

Nosso orgulho e vaidade

 

Acolhedora e colorida

Espraiam-se nela esplanadas

Buliçosa e envolvida

De gentes refasteladas

 

Agradável a quem passa

É o coração da cidade

A nossa tão velha Praça

Respira graciosidade

 

Sala de visitas de Leiria

Alegre e irrequieta

De todos é companhia

Até do Rodrigues Poeta

 

Em tempos rosa perdida

Que por milagre e graça

A Rainha Santa deixou caída

E se transformou em Praça

                                                              
                                                    Isabel Batista

publicado por poesiaemrede às 00:45
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(55) Besteiras - Uma Pequena Aldeia

Besteiras - Uma pequena aldeia

 

Fiz de uma pequena aldeia ribatejana

Tingida pelo verde intenso da serra

O chão donde minha alma emana,

O meu lar e a minha querida terra.

 

Fiz do verde intenso dos pinheiros

Refúgio dos meus encantos e ilusões,

Neles escrevi páginas de livros inteiros

Feitos de sonho, fantasia e recordações.

 

Fiz do chão onde nascem belas flores

E do ar sempre leve, fresco e puro

O maior de todos os meus amores,

As raízes do meu passado e futuro.

 

Fiz do cheiro da terra em noite de luar

O perfume dos lençóis da minha cama,

Fiz dele a melodia que paira no ar

Sempre que a saudade acende a sua chama.

 

Fiz de uma pequena aldeia ribatejana

A minha esperança, a luz do meu viver,

Fiz dela o chão donde minha alma emana

A raiz de amor que jamais posso esquecer.
 
Hisalena
publicado por poesiaemrede às 00:42
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Sábado, 9 de Fevereiro de 2008

(54) Moçambique

 

MOÇAMBIQUE

 

Pedaço de terra africana

Pedaço de liberdade

Terás tu, para quem te ama

Paz , Amor, Verdade?

 

Abandonei-te!

Abandonaram-te!

 

Pedaço de terra africana

Agora que te libertaste

Pergunta a quem te ama

Quanto te sacrificaste?

 

Sangue e dor se misturaram,

Do branco, negro e mestiço.

Agora que a ferida sararam

Para que valeu tudo isso?

 

Terás tu, para quem te ama

Paz,  Amor, Verdade?

 

Pedaço de terra africana

Pedaço de liberdade!

 

 

 

 Autora: Fátima Negrão

publicado por poesiaemrede às 03:40
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(53) Oh terra minha de encanto e esplendor

Oh terra minha de encanto e esplendor,

De terras bravadas nas tuas brumas deslizantes,

Rios de vitória, ouros de brilhante,

Douro, barcos de brisa infinita,

Sentimentos vivos e sentidos,

Toque penetrante da tua tão brilhante fantasia,

Oh Porto, meu navio fogoso, desse tão livre rancor.

É de ti que eu vivo, na noite caída, do vendaval da ira,

Cidade de tão íntegra imparcialidade, de astro fumegante,

Que floresce no peito agreste, brota alegria,

Oh terra minha de face de maresia.

 

 

 

Manuel Cartaxo

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(52) Horizonte Brasileiro

Horizonte brasileiro

Olho o mundo ao meu redor
Vejo muita hipocrisia
Muitos se dizem honestos
Até assinam manifesto
Participam de protestos
Pra ganhar do povo simples
A confiança e a fé...
Fico triste e me apavoro
Revolto-me e me devoro
Isolo-me e então choro
De tristeza e comoção
De ver minha terra querida
Se transformar em ferida
Pelas unhas desses corvos
Que enganam o incauto povo
A cada nova eleição.
Aproveitam-se desta gente
Deste povo humilde e pobre
Que não tem no bolso um cobre
Pra garantir o seu pão...
Tentam comprar com cimento
Adobinho e Cesta Básica
A consciência do homem
Que bem sabe o que é a fome
No seu labutar diário
Com seu mísero salário...
Imploro ao povo sofrido
Que não se deixe enganar

valdeck
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Sexta-feira, 8 de Fevereiro de 2008

(51) Minha terra...

Minha terra...

Falo da minha terra com amor e com tristeza.

Essa terra decantada em verso e prosa com muita beleza,

É a terra das palmeiras e do sabiá,

Das  motosserras e das queimadas,

Terra a muito massacrada, pelo homem sem coração.

Oh! Minha mãe gentil de beleza esfuziante,

O que aconteceu com teus filhos?

Porque te machucamos tanto, se nos dá tanto?

Tudo o que temos de alguma forma, advêm de ti,

E não lhe somos gratos, apenas nos tornamos fracos

Seduzidos pelo mau, Vil Metal.

Oh! Minha mãe, teu semblante ainda é tão belo.

Tua pele carrega as mais lindas praias,

Veneradas e amadas pelo mundo afora,

As mais belas matas, a terra mais fértil,

Os sabores mais doces, o pulmão do mundo.

Porque somos tão imundos? Porque te fazemos tão mal?

Peço a Deus, que te deu a vida,

No seu momento de maior inspiração,

Que nos dê a palmada merecida,

Para que acordemos desta letargia desmedida

A rezar para que não seja em vão,

O nosso pedido de perdão.

 

Márcio de Sousa

 

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(50) A Minha Terra

A minha terra

 

 

Arouca

De verdes cabelos ao vento,

Do teu ventre... saem rios,

Que fertilizam as sementes,

Nos campos adormecidos.

- Qual princesa... deleitada...

Ouvindo o chilrear dos passarinhos.

 

Terra de gentes humildes,

trabalham com perseverança.

Lançam sementes à terra.

...Grávidos de esperança.

E sonham...

O brotar das sementeiras.

 

Arouca

Mulher sinuosa...

Teu ventre...maternidade.

Teus rios cristalinos,

Percorrem teu corpo...

De brio e verdade...

Tens um nome feminino,

Teus seios... colinas suaves...

Que arrebatem paixões.

 

Arouca

De verdes cabelos ao vento,

Nos campos adormecidos.

- Qual princesa... deleitada...

Ouvindo o chilrear dos passarinhos.

 

                                            

 

 Luísa Pereira

 
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(49) Praia das Pérolas Perdidas

Praia de pérolas perdidas
 
À meia noite de um dia sem céu naquela terra clara de mar
(Terra de amores perdidos, tragos esquecidos…
Terra onde o frio é trevas e o quente brilha na madrugada)
Vulto, sentado, fito o chão molhado
De areia de pérolas de carvão
Pedaços de um coração...
É aí que tu irrompes pela penumbra,
Sereia andante, de olhar flamejante...
Que naquela noite sai ao encontro
De uma palavra de louvor
Sentaste-te e pediste-me uma das minhas pérolas
Eu, hesitante e de olhares imprecisos,
Receios de trivialidades esquecidas
Perco mais uma lágrima sábia...
O silêncio.
Levantas-te ao som dos teus cabelos de prata
Fugidios, como tu
Então, o que resta de mim ainda te confessa,
Quase no ocaso de uma alma já incógnita
« todas as verdadeiras pérolas do mundo são para ti...»


Daniela Maia

 

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(48) A Minha Terra

A Minha Terra

 

Meu Amor se tu soubesses...

as aves que havia no luar da minha terra,

 lá  longe o mar nas noites claras, ao longe das casas, por baixo do céu...

se tu soubesses...

o pedido das janelas iluminadas pelo caminho, 

e eu, aquela menina de tranças caídas, esperando na vidraça, os

passos que tardam nos campos, antigamente eram campos, campos,e não betão...

como eu tinha pensamentos inocentes...

se tu soubesses...

as grandes romarias de quaresmas santas 

na minha Terra de crença, promessa e lágrimas que sentem 

e os homens tristes, chorando, cantavam rezando...

se tu soubesses...

as estradas de como quem vem de longe,

os campos floridos de como quem nasce puro

naqueles campos de milho e trigo...

Se tu soubesses...

como a galope eu corria

fica mais perto de mim, não fiques mais longe de mim...

se tu soubesses...

a saudade que tive quando estive ausente...

a minha Terra anoitecia no mar, mas depois, a lua de gaivotas,

vinha beijar aquele mar imenso porque era diferente,

porque era de gaivotas aquele luar...

ah! se tu soubesses,

se tu soubesses como era aquele luar!...
 
 

Mila

2000/06/02
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Quinta-feira, 7 de Fevereiro de 2008

(47) Ericeira - Meu berço, à flor do mar

ERICEIRA – Meu berço, à flor do mar

 

 

 

Oh, minha terra, do “mar salgado”

do ar lavado, das calçadinhas

do sol mais louro

ancoradouro das andorinhas.

 

Terra das pombas, filhas das ondas

em turbilhão

asas erguidas, cruzes perdidas

na imensidão.

 

Terra das praias d´areais louros

dos miradouros, a cada canto

Manhãs de bruma, tardes d´espuma

do meu encanto.

 

Oh, minha terra das penedias

das invernias, tanta aflição

bravas nortadas

fúrias eivadas de maldição.

 

Calvários brancos, sabe Deus quantos

no mar sem fim

dores apagadas, santificadas

rogai por mim.

 

Terra d´ esperanças

onde eu de tranças, bibe de folhos

me vi crescer

cobre os meus olhos

quando eu morrer.

 

 

 

 

Maria da Assunção Freire

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Terça-feira, 5 de Fevereiro de 2008

(46) No Vale dos meus Barris

" No Vale dos meus Barris"

Da criança que eu já fui
restam-me algumas lembranças...
Alguns sítios, brincadeiras.
No Vale dos meus Barris,
junto à Senhora da Escudeira,
no ermo da Capelinha,
palco de devotas tradições,
arraiais e procissões,
respira-se a sete pulmões,
alecrim e alfazema.
Lembranças da minha infância
de um verde prado a perder de vista.
No seio da natureza,
vi correr as cavalhadas
e dançei, desajeitadamente...
ao som de bailaricos populares.
Corri montes,
vi moleiros, vi moinhos
vi rebanhos e pastores
e flores de todas as cores,
das quais retenho, ainda, os odores.
Bebi água de puras fontes,
provei o mel em seus favos
e lambusei-me a regalo,
debutando o vestido domingueiro
comprado com pouco dinheiro,
com o vermelho silvestre das amoras.
Sei hoje que fui feliz
no Vale dos meus Barris.

Celeste

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(45) Uma Aldeia de Viseu

Uma Aldeia de Viseu

 

No Vale da Ribeira situada,

Ao pé da serra encostada…

 

Aldeia da minha infância,

Outrora, alegre e divertida…

As crianças brincavam pelas ruas,

Nas ceifas, as pessoas cantavam

E aos domingos pelos verdes caminhos,

Os namorados passeavam.

 

No Inverno, parece perdida no tempo.

Apenas o relógio da capela interrompe

O silêncio que percorre as ruas desertas,

Onde permanecem histórias passadas,

Entre as velhas casas de granito…

Há muito tempo abandonadas!

 

No Verão, os filhos estão de regresso.

À noite, olha-se as estrelas,

Ouvem-se os grilos e o tempo é infinito,

Mas tudo muda ao acordar…

O dia tem mais ritmo, mais vida,

Até se ouvem os passarinhos a cantar.

 

Como filha, é sempre bom voltar

Onde as pessoas me vêm logo abraçar,

Mas tanta tradição se perdeu…

“À Minha Terra de Viseu!”

 

 

Dina Rodrigues

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(44) Segredos Revelados

Segredos revelados

Essa terra guarda segredos
Eu sei, não os posso contar
Mas vejo espalhadas as pistas
Em confidências feitas sob o luar.

Os segredos dessa terra
São simples de adivinhar
Basta olhar em seu espelho
O rio que a pedra não pode quebrar.

Não é mais segredo nessa terra
As belezas que surpreendem o olhar
Essas sim são reveladas
E amparadas por São José de Macapá.


- Navi Leinad -

publicado por poesiaemrede às 23:14
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(43) Saudades da Arrábida

                        “ SAUDADES

                        DA ARRÁBIDA “

                       

                Oh, sol!

Porque brilhas tão alto?

Diz-me! Preciso do teu calor,

Aquele que aquece o asfalto

Quando o verão é abrasador.

               Oh, sol! Sol da minha alma!

Vem p`ra perto e no degelo

Deixa correr minhas lágrimas

                        Com elas vai meu apelo.

                Oh, sol! Sol do meu cansaço!

Diz-me por onde passaste

E se acaso em teu abraço

A Arrábida encontraste.

               Oh, sol! Diz-me…

                        Mas entretanto,

Deixa-me eu a ti dizer

Desta saudade, este pranto

Que aos poucos me faz morrer.

                 Oh, sol! Fiel mensageiro!

Vai até àquela margem

Do mato, traz-me seu cheiro

Do rio Sado, a paisagem.

Busca na serra o verde

                        Que há tanto tempo não vejo

                Oh, sol! Se por lá passares,

Diz-lhe desta minha sede

E, depois, rega-a com um beijo.

Pois, se teus lábios fossem meus,

Beijá-la-ia… ( Meu Deus!)

Até matar meu desejo.

                                                   

                                            Maria Crispim

                                            1 de Junho 2007

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Domingo, 3 de Fevereiro de 2008

(42) A Representação do Mundo

A Representação do Mundo

Há uma marca especial
Que em toda a terra se regista
Teve origem em Portugal
E nos orgulha essa conquista!

Basta imaginar ou ver
Um mapa com todo o mundo
E nele se vai compreender
Este achado tão profundo:

Está ao centro localizado
Um honrado e belo país
Devemos por isso amá-lo!

O mundo é assim representado
Porque como a história diz
Fomos os primeiros a desenhá-lo!


salouro
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(41) Espécie de fuga do meu mundo exíguo

"espécie de fuga do meu mundo exíguo"
 

tardo em rebolar as altas paredes
que me cercam, e à volta tudo socumbe
no meu corpo ridiculamente pequeno.

consta do meu livro de versos

uma rua estreita atirada ao rubro
de um nós em perspectiva.
e isso fortalece-me.



e por isso
vou estando

como findo,
e (re)faço-me

uma outra vez,
e sempre,

sobre o mundo amplo
que nos acenda nos dias.


--
tiago dias

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Sábado, 26 de Janeiro de 2008

(40) Homossexualidade Urbana - Lisboa

Homossexualidade Urbana - Lisboa

 

Ela sente a vida

Absorve cada voz, cada choro, cada frémito vibrante

Desta cidade pecadora

Como uma fiel e antiga amante.

 

Sente tudo o que ela sente

Toda a dor, toda a tristeza

Sente as suas lágrimas quentes de princesa

Escondidas por detrás do sério semblante.
 

A cidade é ela, e ela é a cidade.

Mil facetas, mil personalidades, mil possibilidades de vida.

A cidade-boémia

A cidade-melancólica

A cidade-prática

A cidade-atrevida

A cidade-sonhadora…

São almas gémeas.

 

E ela deseja-a só para ela, mesmo que povoada de gente.

Quer ser parte dela, porque sabe que já é,

Embora ainda tenha o seu próprio corpo.

E jura que não mente.

 

Jura que partilhará a mágoa da cidade com a sua

Se é que ela ainda a sente.

De tanto amar a cidade, de querer fundir-se nela para sempre,

Já não sabe se sente tudo, se nada sente.

Só sabe que a ama, que a ama,

E que será dela eternamente.

 

Virgínia Vieira

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Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008

(39) Figueira que dá Rosas

Figueira que dá rosas

 

Terra onde o tempo acaba pelo amanhecer

Incandescente noite a dourar o sonho do pescador

A febre da vertigem do arbítrio

Lançada em damas de copas aladas

Que vão descendo até ao leito do Mondego

Se perdendo no azul gélido imenso.

Mas a maresia voa e pinta o céu de ouro

Em incandescente e festivo fogo santo

Paisagem bela sobre o embarcadouro

Onde no Verão escaldante a noite varre o quente

E a folia é esguia, cosmopolita e densa.

 

É preciso amar a praia das gaivotas dançantes

Sorver a aragem purificante sopro do Atlante

Presente de Vénus, perfume inebriante.

E então dormir ao luar dourado e triste

Sob pérolas suaves na noite estrelada

Contemplar a mais bela rosa, doce, rubra, encantada

Qual sereia apaixonada que, sorrindo, em terra persiste.

 

Autor: Rodriguez

(blog: thisblackheart.blogspot.com)

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Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008

(38) Terra Minha: O Dia Depois de Amanhã

Terra minha: o dia depois de amanhã

 

Empréstimo de espaço poético

abrupto pelo trabalho 24 h.

A poesia-inconformada

pede um tempo

para poder respirar e existir.

 

O mercado pede progresso;

a poesia pede silêncio.

Paciência de tambores-nativos,

seitas e rituais empurram

o futuro in-vitro para depois.

 

Incansável mundo clichê

conta as horas perdidas em filas

de bancos, hospitais e sinaleiras.

Os corpos cansados

tentam voltar ao mar.

 

Bocas catatônicas

dizem algo via dígitos internáuticos

em túmulos verticais.

A esperança habita ateliês de tatuagem

de crianças selvagens

após o desgelo polar.

                                                   

Como uma profecia,

ou mito,

acima do mar

vida (humana)

apenas a partir do 13ºandar.

 

Fontão Neto

 
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Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008

(37) Portugal

Portugal 

 

Óh verde e doce país

Meu suave e gentil companheiro

Mundo de gente feliz

E mundo de pouco dinheiro.

 

País de Luís de Camões

Pessoa, Bocage ou Henriques

Lugar de corações

Planícies de famosos requintes.

 

Tens virtude mediana e calma

E a passos de caracol vais crescendo

E possuis a maior alma

Desta Europa que te vai perdendo.

 

Possuis veias de rios navegantes

Onde naus partiram para a descoberta

És país de impérios magníficos

E Impérios de memória incerta.

 

Doce local de pequeno porte

Onde todos tentam esquecer

Esta politica forte

De ansiar pelo poder.

 

Oh minha terra e meu paraíso

Minha doce terra Natal

Eu grito num fôlego conciso

Que a ti te amo... meu Portugal.

 

Rui Pedro Sousa
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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008

(36) No Caminho que Possua o Coração

"A luz, 
em pé, 
de sentido forte,
e por baixo,
pois o Amor rodeia tudo e em todas as direcções,
forte como uma àrvore,
de raizes bem profundas,
e que da terra nasce, se alimenta e cresce,
espalha o espírito aberto a escutar o vento,
a luz da salvação,
da cura sem medos.
Assim na minha terra,
hei de caminhar sempre no caminho que possua coração."

 


JoséTafé

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(35) Cor de Canela

Cor de Canela

 

Vou pelo calor e deserto

com sede de abraços.

Vou por África,

descobrir o planeta

porque o mundo descobriu-a

Enfeitada de laços.

 

Cá estou eu, vendo-a

nas minhas mãos, entre

Fontes e cascatas

entre sorrisos e desgraças.

 

Terra vermelha cor de canela,

Sabor a pimenta

com tacto de seda.

Marfim do meu passado,

Aqui te vejo acorrentada.

 

E solto-te para anjos coloridos

Sem desprezo de sustenidos

E sabores maneados.

 

Vejo teus filhos, gloriados

Aqui à chuva do sucesso

E daqui mando-te beijos,

Minha terra vermelha

Linda cor de canela.

 

Avril K. Moneträux

publicado por poesiaemrede às 00:43
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(34) A Minha Aldeia

           

A MINHA ALDEIA

 

Recordo as moças da minha aldeia!

Aquelas danças de roda no cruzeiro,

Recordo todos os caminhos de areia

E os pássaros que cantavam no Loureiro.

 

Recordo a linda terra onde nasci

Retratada na tela dum pintor;

O anoitecer...onde os grilos num gri gri,

Entoavam para mim canções de amor.

 

Recordo o campo, os montes, os pinheirais;

Agora...apenas sinto a nostalgia

Da Mocidade que passei e não vem mais,

Onde o Recordar é uma triste Nostalgia!

 

                         TÓ...PATUDO

publicado por poesiaemrede às 00:40
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(33) Praia Deserta

Praia Deserta

Madalena d'olhos cinza e prata
voltemos hoje à praia
nossa cama já ondula na maré
como'a bainha da tua saia.

Enterra teus dedos descalços Madalena,
podemos dançar parados
lá fora o mundo viu-te, e gira sozinho
sobre teus beijos acumulados.

Este vento nostálgico imita-me,
rebela a nortada feia
parece que quer rebolar dez-mil ondas
como teus caracóis na areia.

Onde t'ergues oh Castelo, num Moledo deserto
De onde o mar nos quer levar,
agachados no areal sempre curto
somos gaivotas prontas a descolar.

- Ayeye Bradzorff


publicado por poesiaemrede às 00:38
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Sábado, 19 de Janeiro de 2008

(32) Por Tua Tez, Os Meus Passos

Por Tua Tez, Os Meus Passos

 

Ao que me serve o olho

Aponto a tua  alvorada

Revelo o tom da certeza

Dos verdes mares deixados

Na terra que chamo de amor

Por onde canta teus pássaros

No entardecer das vontades

Meu povo expressa o cenário

“Nordeste” semente e calor

Deveras parte da vida

Tão luso, quanto riquesa

Berço de minhas conquistas

É neste poema saudades

Que me recordo teus dias

Porque te amei de verdade

Enquanto criança eu vivia

E hoje distante de ti

Já não conheço alegrias

Me deixe morrer em teus braços

Ó minha terra querida

 

Sao Paulo – 18 janeiro 2008.

Fernando Costa
publicado por poesiaemrede às 01:33
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(31) Porto Meu

porto meu


são quentes teus abraços
da cor do vinho sabor de mel
excelentes fotografias como mulheres bonitas
de um céu azul sem dor

de ti se vê o mar
e quando do mar se te avista
deslumbran-se os olhos e a alma
e encalha-se em banco de areia
como rebento agarrado ao seio
sugando o leite morno e arrebatador
de um começo de vida até aí desconhecida

quando o vento por ti passa
e segreda baixinho ao ouvido
passagens por outras camas
roliços por outros montes
tuas pedras quais almofadas reviras
e pousas teus sonhos
porque nenhuma é tão sublime
como de maravilha é feito teu chão

bebemos da água que virados para o mar
corre pela tua esquerda em mansa paz
sossegamos aflições em fim de tarde
sob luzes mirabolantes e perfeitas
sob os holofotes da tua magnificência
e respiramos cada canto teu
na certeza de que a tua aura é sempre maior
na relação do amor com as outras coisas do mundo

                               de sousa
publicado por poesiaemrede às 01:29
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Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008

(30) Herança Além Tejo

HERANÇA ALÉM TEJO

 

Lavo a alma

nas águas do Tejo,

alma das cartas que

ficaram sem resposta.

 

Do tempo esquecido,

de esperanças na partida

e saudades que

ficam no horizonte.

 

O Tejo que num dia

se tornou um ponto,

o risco,  cicatriz de

 corte antigo e profundo.

 

Marcas que ficaram

no coração, das

lágrimas que nunca

secam completamente.

 

Deixo nele este tesouro,

 a arca vazia que trago comigo

e esta herança que não

cabe no meu peito.

 

                                      Sanio Morgado

publicado por poesiaemrede às 00:49
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(29) Alpalhão

Alpalhão
 
Oh Alpalhão terra de valor
Tens o explendor tens o povo em festa
Em cada canto nasce uma flor
Não deve haver terra como esta
As raparigas todas briosas
Não só vaidosas sabem cantar
Oh terra linda não ha igual
És a mais bela de Portugal
Oh terra linda não ha igual
És a mais bela de Portugal
 
 
Tina
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Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2008

(28) "A Minha Terra"

"A minha terra"
 
Do lado de lá (da ponte)

O que há?

 

Casas e torres

Carros e buzinas

E hortas atrás das casas

E bairros atrás das estradas

E becos para lá das esquinas

E bermas para lá das couves

 

Do lado de lá há uma terra

Como a minha, mas maiorzinha

 

Do lado de cá posso vê-la

Do lado de lá esquecê-la

(e lembro-me desta)
 

Rita
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Sábado, 12 de Janeiro de 2008

(27) Cheira a Nostalgia

Cheira a nostalgia,
Caminho audazmente pelos recantos desta terra
Que transborda e remete para uma rica história:
Um tempo de conquista e glória. 
 
Penetro na quietude da natureza
Conforto-me com presenças que conferem a sensação de familiaridade 
Elementos que abrilhantam esta pérola de díspar beleza
Num instante que extravasa intimidade.
 
Ah, como é admirável deixar-se abarcar pela natureza no seu 
fulgor
Adivinhar-se ténue perante uma terra tão grandiosa
Sentir o fado ecoar quase num clamor   
Erguendo uma vivência admiravelmente harmoniosa.
 
Cada lugar irrompe um fragmento de memória
Em cada memória está semeado o gérmen de uma nação
Todos os povos num espaço e tempo constroem a sua história 
Contribuindo para a concretização do tão aclamado espírito de união. 
 
Cláudia Nóbrega
publicado por poesiaemrede às 00:26
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(26) Casa de Solidão

Casa de Solidão

 

Neste lugar de esperança inacabada,

Ergui meu templo de vaga paixão

E, neste império de desolação,

Fiz da noite minha eterna morada.

 

Esta é a minha terra, a minha estrada,

Meu refúgio de eterna escuridão,

Santuário de silêncio e solidão,

Onde minha alma dorme, abandonada.

 

Neste recanto de sombras e amor,

Senti carinho e ódio, paz e dor,

E de mim fiz um destino diferente.

 

Hoje, o meu templo jaz arruinado,

Mas, mesmo assim, é o meu lugar sagrado,

Porque, aqui, serei eu eternamente!

 

Carla Ribeiro

publicado por poesiaemrede às 00:23
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(25) Ilha do Cerrado

ILHA NO CERRADO

 

Ô magnífica ilha magnetizada

de concreto,

com tuas arquiteturas abissais,

abstratas...

És símbolo de um País!

És o seio de todos!

Miscigenação incrustada

em tuas entranhas.

Nascestes imponente,

planejada.

Como mãe zelosa

acolhes e abrigas à todos

em teu colo.

A tua dualidade entre

o cimento arquitetônico

e o cerrado

te fazem única.

Esfera de decisões, que designam

o caminho da tua nação.

Nascestes avião,

com teu corpo central e tuas asas,

uma ao norte, outra ao sul.

Ô minha terra,

amada mãe gentil,

Brasília, dos rabiscos à realidade:

capital do meu Brasil!

 

 

Autora: Fernanda Silva Borges

publicado por poesiaemrede às 00:19
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Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2008

(24) Não é minha alma porque ela sou eu

Não é minha alma porque ela sou eu

 

 

Não é minha alma porque ela sou eu,

Terra de vida acordada,

Onde o meu reflexo não é perplexo, é teu!

Flor de água banhada.

 

Canto para o canto,

Perdido no universo desconhecido,

Em ti não existe pranto,

Honro aqui e por ti ter nascido.

 

Cada grito que largas no pequeno oceano,

Perfura o mundo distante,

Por mais que tentem, teu clamor é soprano,

Ai minha terra! Teu falar tão cativante!

 

Quando quero dizer-te adeus,

Tu não choras, eu não rio.

Sinto-te para lá do além, como um Deus.

Mas guardo sempre e para sempre o nosso brio.

 

José Manuel Rodrigues de Sousa

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(23) Canção do Regresso

CANÇÃO DO REGRESSO

 

(Acróstico aos filhos Sanclerlandenses)

 

 

 

 

Santa terra.

Aonde quer que eu vá, logo volto pra cá.

Nasci nas asas do seu embrião.

Cresci, deixei o meu coração enraizado aqui.

Livre, liberdade de um Bem – te – vi.

Esta minha cidade, foi construída com amor e suor.

Rainha de todas as flores.

Lugar melhor no planeta, não há.

Âncora. A vida no teu seio é mais ampla.

Nossos campos têm mais árvores verdejantes,
                                            [nosso céu tem mais estrelas cintilantes.

Deus iluminando os lares, purificados ares, templo dos meus amores.

Isto é SANCLERLÂNDIA. Filha do imortal SANCLER.

Aonde eu estiver, voltarei pra te ver, viver e morrer.

                                                     

                                                                                 Esron Bontempo

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Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2008

(22) À Minha Terra

À minha terra

Basalto na fileira de ternura,
Rumando nas pedrinhas da calçada,
Talhando de amor a pedra dura
Da rua onde mora a minha amada.

Calcetei a minha vida insegura
Que de novo se viu coroada,
Fugindo ao abalo da desventura
Voltei à minha cidade restaurada.

Moldo a rua na valsa das raízes...
Decoro o cinzelado dos meus passos
Que escureceram [ruínas do sismo].

E do céu caem lágrimas felizes,
Cantando na certeza dos meus laços
À cidade de Angra do Heroísmo!

Freddy Freitas

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Quinta-feira, 3 de Janeiro de 2008

(21) Lírico Refúgio da Existência

lírico refúgio da existência

 

Extenso mar azul, rico por inteiro,

Meu prazer na infinita ilha do ribeiro,

Terra onde falece o choque e nasce o encanto.     

Vedes a metamorfose do meu recanto

Ser mutilada no ideal da metafísica,

É a minha existência a profunda lírica. 

 

Seguro a fontana, filha do Sol nascente,

Some-se o pânico de si mesmo carente,

Terra que tardia no meu esquecimento.

Nem voo serrado faz em mim, oh vento!

Breve prenúncio: oiço o mar num búzio;

Quente maré que me arrasta p’ro meu refúgio…

 

 

Catarina Barradas
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(20) O berço da Humanidade "Mãe África"

O berço da Humanidade "Mãe África"

És muito amor, aliada a muita dor.

És muita sabedoria e temperança.

És a vida.

És a cor.

És a fé e a lembrança…

Mas ferozmente,

Vais marcando os teus filhos,

Com a eterna e doce esperança…

Porque és a cobiça dos homens.

És salteada dia e noite.

O pranto, alaga os campos,

Onde teus filhos perecem.

Mas mesmo assim…

Vais ensinando mansamente,

Para que não mudem os seus caminhos,

Que cresçam em humildade,

Que entreguem a outra face.

Porque a marca, está na alma.

feita de um raio sol,

feita de um rasgo de luz,

Transformada em renúncia

Transformada em Nada

É um Natal cravado na Cruz

Para que nunca esqueçam…,

de Quem são filhos, de Onde nasceram?

Do amor , da liberdade!

Da resistência , da harmonia!

No Berço da Humanidade.

 

melita

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Sábado, 22 de Dezembro de 2007

(19) Dragonfly

Dragonfly

 

A minha terra tem mil contos,

conchas de lembranças, pessoas pérolas cor de libélulas.

 

A minha terra já foi tantas

e hoje de cores desfeita enfeita sonhos sua beleza,

de ser minha terra, ar, fogo de amor e memórias,

terra de carne, terra de tempo, de dias estendidos ao vento,

de léu, de viver contentamento

junto aos meus e dos outros

a nós, perdidos e loucos.

 

A minha terra quis ser minha e eu dela,

mas quando a terra vai tão fundo todo lugar é ela.

Quanta terra afunda a raiz desse galho onde pousa essa ligeira libélula?

Desterro foi seu nascimento e vôo o seu destino

                                               [pois de água e sol se fez seu desatino.

A minha terra é sua, só vir mais perto.

Vamos fazer desterro e abrigo, amor de lar e cansaço de caminho,

de querer ficar e sonhar com um desvio,

onde nascer e morrer é ser sozinho.

Pois sincera é a terra onde morro a cada instante,

onde nasce minha mãe e parentes distantes,

a construir castelos de contos gigantes.

Anos e anos cultivo meu voltar para lá de onde vir,
                                                [para dentro de tudo que é meu,

e minha terra, ah minha terra, é meu ultimo instante,

minha primeira e última alegria ela abraça sem saber quando finda ou inicia,

pois de amor e fruto é feita, e tão grande e densa

que não há lugar onde ela não inventa

uma sombra, um aconchego para acalentar seu dragão que voa.

 

Vimalo

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(18) Territorialidade

TERRITORIALIDADE


Meu altar entre concha e girassol,
Meu estro, meu luar de incenso e prata,

Tão humilde é a voz que te retrata

Quão desmedida a luz desse teu sol...

 

Tua planura imensa como imagem

De uma capela erguida junto ao mar…

Eu ergo a minha voz para te cantar

Uma canção que vem dessa paisagem.

 

Quem dera ir mais além, cantar mais alto

A serena beleza que me envolve

Sobre este chão salgado onde nasci

 

Onde a terra e o mar, num sobressalto,

Justificam a paz que agora absolve

A vida de ilusões que vivo aqui…

 


Maria João Basílio Brito de Sousa 

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Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2007

(17) Cidade à Beira Rio

Cidade à beira rio

 

Pelas pedras da calçada,

Percorro as ruas da cidade,

Da cidade da minha vida.

Vivo nela

E sem ela não consigo estar.

A saudade aperta

E a vontade de a sentir fala mais alto.

Volto sempre à cidade que conheço

E que se lembra de mim.

Olhá-la é recordar.

Todos os cantos têm memórias

E histórias para contar.

Pelas ruas da cidade,

Reencontro-me

E reconheço caras e passados

Com futuros por descobrir.

As cores, o ritmo,

A vontade de viver e sorrir

Prosseguem pelas ruas da minha cidade,

Brilhante à luz do sol,

Serena sob a lua,

Banhada pelo Tejo.

Seu nome.........Almada.

 

Alexandra Mendonça
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Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007

(16) Brasília

BRASÍLIA

BRASÍLIA BELA, BELA E FACEIRA
COMO DONZELA NA TENRA IDADE
SUA GRANDEZA SE ESTENDE DE CIDADE A CIDADE. 

BRASÍLIA VESTIDA DE VERDE E DE OURO
CERRADOS E CAMPOS, VERDE TESOURO!

BRASÍLIA FORMOSA, FORMOSA RAINHA
MÃE AMOROSA, DE LUZ E LUAR
ACOLHE GENTE DE TODO LUGAR.

BRASÍLIA NASCIDA NO CORAÇÃO DO BRASIL
CERCADA E PROTEGIDA POR BRASILEIROS MIL.

BRASÍLIA DE FEIRAS, DE COR E SABOR
DE PÃO E CALOR E BEIJOS DE AMOR.

BRASÍLIA QUERIDA, DE AR PURO E LAZER
TANTA BELEZA NOS DÁ PRAZER.

BRASÍLIA SONHADA, DE QUADRAS E PRAÇAS
DE NOITES DE LUA E CHUVA NA CALÇADA.

BRASÍLIA LINDA, DE MUITOS ENCANTOS
DE ASAS E LAGOS E DOCES RECANTOS.

BRASÍLIA ENSOLARADA, BELA E PERFUMADA
DE CLIMA AMENO E NOITES DE SERENO .

BRASÍLIA, PEQUENA, DE TRAÇOS MARCADOS
DE BEIJOS MOLHADOS, DE TARDES MORENAS!


APENAS MARIA

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Domingo, 16 de Dezembro de 2007

(15) Arquipélago do Verde das Nuvens

Arquipélago do verde condensado das nuvens

Sou o verde condensado das nuvens,
Imprudente nenúfar do mar,
Perfumado a enxofre,
A lava pespontado.

Sou pedaço de coração,
De um País aventureiro,
Que mesmo estilhaçado no mar,
Continua a pulsar.

Sou açor que nunca vi,
Sou resistente da saudade.
Apesar de tocar o céu,
Continuo exilado.

Sou água,
Sou nuvem,
Sou pássaro-golfinho-baleia,
Sou gente,
Sou porto de abrigo,
Sou sal,
E rotunda da bacia do Atlântico.

O meu mais belo cântico,
É o Fado de Portugal.

Rodrigues

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Sábado, 15 de Dezembro de 2007

(14) Ciclo Estagnado

Ciclo Estagnado

Singela e latina,
É a luz coimbrã.
Ao dobrar de cada esquina,
Entre hoje e amanhã.
Que os que ouviram fascina,
Talvez por ser tão sã.
Luz, Que seduz, cada ninfa que flutua
Em águas mil do Mondego
Cada, maravilhada, passa
E canta até à foz o que sentiu.
Em cada terra escassa,
Em cada beco, largo ou rua
A luz que em ti viu.
Ah, mas porquê, em outras terras
Que também o destino em foz marcou,
(E nenhuma ninfa assim se pronunciou)
A tua, Mondego, Estagnou?
Luz...Que reduz.
Sei que ainda brilhas
Mas já passas da meia-idade.
(Talvez o Mondego já não corra...
E assim, Coimbra morra...)
Certo, o é, que quem ninfas ouviu
Já não se interesse pela tua qualidade
Coimbra, bazófias da sociedade
Fica nua...Se despiu...
Já nem tu, luz da Via Latina
Salva Coimbra desta sina.
Luz...Que reduz, pela cabra matutina
Outra aí vem, te ilumina...

Ass: Pedro Rebelo
publicado por poesiaemrede às 01:30
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(13) A Minha Terra

A Minha Terra

Se a Serreta, se a Serreta fosse minha
Eu mandava, eu mandava emoldurar
Com crianças cantando à sua Rainha
Para nunca, para nunca a ver chorar.

Vi o mar no seu tamanho inteiro
Tinindo na escarpada de amores
E ao virar o rosto do nevoeiro
És a linda estrelinha dos Açores.

A Terceira dá guarida e quer bem
Ao Altar no vale da bela serra
É lá que a nossa verdadeira Mãe
Dá o brilho d’alfenim à minha terra.

Minha terra, doce lar és um encanto
Que me prende, que me prende o coração
Carnaval, Pezinho e Espírito Santo
Dos Milagres é a Mãe da devoção.


Azoriana
publicado por poesiaemrede às 01:28
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(12) Pátria Amada

PÁTRIA AMADA

 

Oh Pátria desperta! Sê livre! És gigante

Quebre as cadeias, não curves a fronte

Há tantos perdidos em trevas e fugas, nas drogas, nos vícios, na alucinação

Em caminhos loucura, caminhos de morte, em tempos de sombras, sem vigor e paz.

Multidões em desespero encontram-se no vale, no vale de sombras, de sombra e dor

Pessoas frustradas, cansadas e oprimidas, que caminham sem esperança e vigor

Ó Pátria desperta! O que há contigo? Sempre fostes assim?

Brasil de brancos, negros, índios, de pobres, ricos, de individualistas,

Fonte de riquezas, abismo de pobrezas, rios caudalosos, florestas, matas,

Brasil disparidades?

Não vês que em meio a tua hegemonia enegrecem-se teus horizontes e fenecem as esperanças de paz?

Paz, paz, paz,

É o sentimento que mais necessitas

É o grito que surge na alma do povo

Agiganta o pequeno – robustece

Enriquece a alma – enaltece

Vence o barbarismo que uma espada ergue

Unifica – reunifica, e sobre as ruínas da guerra hasteia o estandarte do amor

Paz, paz, paz,

Clamam índios, negros, mamelucos, cafuzos, confusos cidadãos

Que pelas vilas e tabas, choupanas, estradas

Vivem segregados, injustiçados, desempregados.

Pátria Amada desperta! Sê livre! És gigante,

Quebre as cadeias, não curves a fronte

Mostre teu brilho incessante e indique a teus filhos a jornada de paz e amor.

 

Autoria: Paulo Henrique Carvalho - Macaé (RJ)
publicado por poesiaemrede às 01:25
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(11) Minha Aldeia Entre Montanhas

Minha aldeia entre montanhas

 

Será que o sol nasce todos os dias por entre as montanhas que protegem esta minha aldeia que foi a vida de várias gerações? Ainda vejo pessoas que desandam por entre ruas estreitas e se tocam ocasionalmente, cheiros que se cruzam e se misturam, olhares que se perdem no tempo e na imaginação, vejo o passado o presente e o que será o futuro destes seres que se tocam ocasionalmente por entre ruas estreitas. Sol que aquece montes e vales, faz transpirar as suas roupas pesadas que escondem corpos de peles usadas sedentas de serem exibidas para olhos calmos e tocadas por dedos sedosos. Vejo ruas desgastas, pisadas por pés descalços cansados de caminhar sobre um chão duro que por vezes faz doer até o próprio rosto, vejo ainda ruas de paredes tortas feitas por mãos calejadas por palavras frias ditas em dias escaldantes. Vejo ainda ruas estreitas que em breve deixarão de ser pisadas por esses pés e tocadas por essas mãos e por outros pés e por outras mãos, mas ocupadas apenas por orvalhos, borranhos, chuvas, ventos, nevoeiros, neves... 

Será que o sol  continuará a nascer todos os dias por entre as montanhas que protegem esta minha aldeia de ruas estreitas onde pessoas ainda se tocam ocasionalmente?

 

eu ljs - Luísa Santos

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Terça-feira, 11 de Dezembro de 2007

(10) Costa de Água

Costa de Água

 

Vou pela costa de água

Feita na madrugada.

Na encosta, a miragem

Da estrada que me leva

De volta a casa.

E eu contemplo-te

Do alto do miradouro.

Desfruto do momento

E vejo-te por completo.

O tempo passa

Tu não perdes o teu encanto:

De água cristalina

E brisa no ar

Pela arriba fóssil

Há-de a estrada me levar

Desde a costa de água

Ao Vale da Charneca,

Ao sossego do meu lar.

 

Susana Cunha
publicado por poesiaemrede às 00:43
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(9) Harmónica Nativa

    Harmónica Nativa


Abandono veemente esta repugnante visão

De uma realidade suja e indigna.

Onde a pecaminosa e materialista depressão

Se autocoroou e autoproclamou…

 

   Onde reina o gentil vilipêndio e

Incompreensão. Que é tratada como um ser

Trivial e democrata de entre a “civilização”…

Apresentai, pois então, apenas uma pequena parcela

 

De compreensão e igualdade,

E passarei vós a virar o louco nesta vil união!

Carece de amor, carece de protecção…

 

Doce terra do meu coração!


                                                  Por Ânia Rodrigues
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Sábado, 8 de Dezembro de 2007

(8) Névoa

Névoa
 
Esta névoa clara, branda e fria
Que te cobre, que te encobre
Terra minha,
Adormece
Os campos, as casas, as gentes.
 
Arrefece!
Falta luz, cor, calor, vida…
Escurece!
Falta verde, sol, sonho, Abril.
 
Sobra noite, silêncio, sombra
Sobra Fado
 
Pobre terra
De olhar parado,
Mulher perdida.
Bela, porém esquecida…
Cansada de tanto amar
Sem ser correspondida.
 
 
Lídia Borges
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Quinta-feira, 6 de Dezembro de 2007

(7) Acabei de Chegar

Acabei de chegar
A esta terra
E agora
Muito embora
Não saiba quanto tempo
Irei ficar
Já gosto tanto dela
Que sinto saudades
Muito antes de partir
Novamente
Para outro lugar
E levar a mesma vontade
De me abandonar
A um outro mar
Novos ritos
Prazeres infinitos
Porque o meu lugar
Agora
É estar aqui
Onde sinto o pulsar da Terra
Dentro do meu peito
Como um grito de águia
Em voo alto erguida
E dizer que a minha terra
Mais que um pedaço de chão
É onde está o meu coração
E a minha vida

Maguejo
2007-12-06
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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007

(6) O Cerco

O Cerco

Infelizes,
    Fogem ao colo da mãe
    Esbarrando os seus narizes
    Nas próprias bocas de desdém.
    Lavem os olhos em vernizes
    E mostrem-lhos, por aí além.
Estilhaços equestres,
    Estilhaços do Olimpo e de Roma,
    Ferem-nos? Acordam sombras silvestres
    Dos frutos deste salubre linfoma,
    Como me acordam os mestres
    Sob o cessar de flores e folhas, deste coma.
O rio floresce,
    Leva cores paz e temor.
    Temor, pois se desce
    Irá subir um dia e decompor
    Tudo o que aqui germina e cresce,
    Santos e amendoeiras em flor.
É o primeiro, o primário,
    É o que vos deu amparo
    Até à cativante salga do estuário,
    E abdicasteis de um mundo tão claro
    E óbvio. Esmurece algum confessionário?
    Desentranhem a ganância e supliquem reparo.
Não tenho praia nem mar,
    Mas viajo num barco de vela
    E sem me fazer ao Tua nem o cortar
    Aventuro-me, e levo Mirandela
    Como sempre a quis olhar,
    Pois eu sou parte dela.

                                                     Francisco Lima

publicado por poesiaemrede às 23:32
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(5) Minha Canção de Exílio

Minha canção de exílio
 
 
Sei que na minha terra tem palmeiras,
tem colibri, curió, tem sabiá,
babaçu, cocô d'água, carnaúba,
Como dizia um poeta de lá.
 
Apesar de minha terra ser tão bela,
com rico folclore, natureza e sabiá,
seus filhos partem tão tristes,
em busca de oportunidades além-mar.
 
Eu também tive que migrar p'outras bandas,
outros pastos buscar.
Se eu quisesse ser alguém,
se quisesse ter um nome, ter um lar.
 
O que me salvou neste exílio,
longe de minha terra, do meu sabiá,
foi o amor de minha amada, mãe do meu filho,
que amenizou o meu chorar.
 
Hoje já suporto a dor da saudade,
de tudo que deixei por lá:
irmãos, parentes, amigos,
palmeiras, colibri, e o cantar do sabiá.
 
Mas sei, que um dia volto sim,
pros seios de minha terra que ficou pra lá:
São Luiz, Ilha do Amor, do Maranhão,
que nesse mundo, outro lugar igual não há.
 
 
Autor: George Carvalho
publicado por poesiaemrede às 01:16
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(4) Crescer Entre Entardeceres

CRESCER ENTRE ENTARDECERES
 
Cresci entre o entardecer disfarçado pela luz eléctrica.
E o entardecer demorado e mágico do lugar,
que sem me ver nascer, adoptou. E eu a ele.
Sonhos e promessas em olhares sem pressa.
Resgatados em ofertas de prazer.
Sinto-me imensa quando o olhar pousa nas ramagens altas
do topo dos pinheiros.
A alma ensurdece, às angústias que a atulham (não sei porque razão).
E adormece na música do vento,
que brinca por entre flores mato e árvores.
Crescem á solta sem ninguém a empatar o espreguiçar da vontade.
O céu estende-se, de mim até onde os olhos chegam.
Os cheiros chegam a mim (não sei de que flores), são tantos!
Os verdes misturam-se com a cor da terra.
E eu resulto … adiada … A tentar distingui-las, separá-las.
Simples distracção. Não as quero desacasalar. É assim que as amo!
Num amontoado de vida que vive sem cercas.
Queria partilhar contigo este prazer.
Não saberei nunca encontrar a palavra certa,
para cada emoção a nascer,
quando por aqui desamarro os olhos.
Voltam tristes, na hora da partida.
Agarram a catadura que deixaram,
onde o céu espreita nos espaços deixados entre prédios;
No verde preso numa e outra varanda
a fabular as cores que guardo no peito.
Aqui não fui mais feliz que em qualquer outro lugar.
Nasci com a alma a pedir abraços ao mundo!
Mas aqui… Sossega-me a alma no alto dos pinheiros
a olhar o céu que não tem fim.
 
Ana Rita
publicado por poesiaemrede às 01:13
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(3) Porto da Cruz

Porto da Cruz
Terra dançante,
Silêncio constante
Banhado pelo mar.
A teu povo sempre deste
Um naco de pão
E da parreira fizeste
Vinho no garrafão.
Não são uma nem duas
As belezas que tens,
As mais belas de todas
São as nossas mães.
Desde a Furna até ao Pico
Há muito para ver,
O engenho mói as canas
Para o bêbedo beber.
A malta mais jovem
Gosta muito de passear
E também de ir ao "Dino"
Jogar um bilhar.
Mas não me posso esquecer
Ainda antes de terminar,
Das bilhardeiras que falam
Sem nunca se cansar.
Como vês, Porto da Cruz,
Tens um pouco de tudo,
Zaragata, divertimento
E alegria sobretudo.

Autoria: Magna Rodrigues  
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Sábado, 1 de Dezembro de 2007

(2) O Estrangeiro

O Estrangeiro
 
O que não vê rasgos de tinta
Neste meu xaile em tons de cinza
Então se chegue à minha quinta
Mais
 
Eu lhe pergunto: quem tem certezas
De quanto pão está sobre as mesas
Porque outros mais verão belezas
Tais
 
Se ainda assim, não vês o que é
Parte de mim, a minha fé
Estarás no mar, num mar sem pé
 
Mas olha a mesa, à tua frente
A vela acesa, a minha gente
Consegues ver, sentir quem sente
 
 _____________________________________________________
                                                                      Márcia Gaspar
 
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(1) Arcoverde, Minha Terra por Opção

ARCOVERDE, MINHA TERRA POR OPÇÃO

 

Não fui gerada em seu seio, mas fui por você

Acolhida como filha adotiva desde tenra idade

Seus braços foram abertos acarinhando-me desde a infância

E neles encontro o aconchego que tão bem me faz

 

Terra hospitaleira de geografia privilegiada

Cercada de serras por onde o sol sorri pela manhã ao nascer

E despede-se emoldurado por um dourado-avermelhado ao entardecer

Trocando de lugar com a lua vestida com as cores de suas fases

 

Seu coração sertanejo é forte, acostumado as intempéries da seca

Em seu solo falta chuva, mas as lágrimas do seu povo sofrido

Lavam as impurezas e as tristezas da alma molhando o chão esturricado

Seu povo é feliz. Aprendeu a fazer das dificuldades ponte para o aprendizado

 

Aqui brinquei, sorri, estudei, chorei, amei, cresci

Aqui me tornei menina-moça, mulher, mãe, trabalhadora, guerreira, educadora

Aqui descobri a importância da espiritualidade como fonte de crescimento

Aqui aprendi a ver em Deus um amigo para conversar e confiar

 

Em sua generosidade oportunizou-me atuar na vida profissional

Em sua grandeza de espírito, ensinou-me a viver em paz

Em sua sabedoria fez-me militante e ativista das causas humanas

Em sua poesia ensinou-me a escrever em versos.

 

Autoria: Selma Amaral


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