Cobriu de cinzas minh’alma quando parti.
Na bagagem sabor de jabuticabas,
o mistério dos porões escuros,
chiado dos carros de boi na modorra do dia
domingos chuvosos
lamento de flauta pela vidraça molhada.
Um sonoro badalar. De onde é o sino ?
É o das Dores, é o de Santo Antônio?
Sons de matraca no silêncio das ruas.
Catas abandonadas - morada da Mãe do Ouro
visão fantasmagórica nas noites de prata.
O canto do pássaro no galho
doces manhãs de neblina,cheiro de infância.
O trem engole a serra.Último silvo
ponto final de uma meninice dourada.
O tempo derrama a saudade
e molha o peito com água dos olhos.
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