Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2008
"A minha terra"
Esta terra não é a minha terra.
Nenhuma terra é a minha terra.
Nenhum grão do que seja, de terra, de areia, do que seja, é terra que eu pise.
Eu não piso chão algum.
Eu não me movo, não me atrevo, nesta ou em qualquer terra.
Quantos anos somam as poeiras que me ferem a vista cansada?
As poeiras que me devoram entranhas e pele e os olhos feridos, esbatida a visão que me tolda numa rajada de vento vil e doentio.
A poeira traiçoeira que me devora e não me deixa pisar o chão, chão algum.
Me fere a vista cansada, me expulsa desta casa que não tenho, que não habito, como a terra, terra alguma, seja qual for.
Nenhuma terra é a minha terra.
Eu não vivo, nem respiro, não me movo, nem respiro, não existo, nem respiro.
Em terra alguma, eu não tenho terra, eu não a exijo, não a permito.
Esta, esta terra que não é minha.
Nem esta nem terra nenhuma.
Anónimo
De
migalhas a 20 de Fevereiro de 2008 às 12:38
Por esquecimento, apenas por esquecimento, venho reclamar a autoria deste poema com que conto participar neste evento à poesia dedicado. Espero com esta falha não ter causado qualquer tipo de incómodo ao normal desenrolar do concurso. Costumo assinar por Migalhas, mas o nome mesmo é Miguel Teixeira. O meu obrigado e o meu agradecimento por haver quem se preocupe ainda com as letras, com as palavras, com o que a escrita nos escreve a cada dia. Obrigado.
Migalhas
Gostei de ver, amigo. Gostei muito!
De Anónimo a 20 de Março de 2008 às 16:56
Gostei bastante do poema. Bom jogo de palavras.
Parabéns!
De Paulo Eduardo Campos a 20 de Março de 2008 às 16:57
Peço desculpa, não me identifiquei.
"Gostei bastante do poema. Bom jogo de palavras.
Parabéns!"
Comentar post