“Há coxas nuas a correr pela cidade.”...
Há coxas nuas a correr pela cidade.
Ninguém repara nelas,
são coxas vulgares
umas de mulheres
outras de homens,
andando sozinhas, separadas de corpos e almas,
pelo Bairro Alto à noite,
pelas calçadas com pedras soltas,
pelas escadinhas escondidas atrás das esquinas,
pela minha casa e pela minha cama,
quando a penumbra abandona o seu silêncio azul
e lentamente nos murmuria
o caminho da pele.
São coxas simbólicas
lembranças de pequenos amores
e esquecimentos feitos de manhã
quando o corpo já expulsou os seus males
e do sexo terminado faz motivação luminosa.
Algum dia apanharei uma dessas coxas
e a juntarei a mim.
Aí poderei estar à frente do espelho
e encontrar-me naquele limiar
onde observo desfocadamente
o recanto já velho da minha surdez
e já não sei o que vejo:
se o teu cabelo
se o mar invadindo-me.
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