Minha Terra
Em minha terra me sinto tão acolhida e integrada,
que às vezes me faltam olhos críticos
ou de justo encantamento
- a ela não pareço estar suficientemente atenta .
Se viajo, outras seguram o meu olhar curioso,
predisposto a delas gostar
- há quase sempre a intenção de voltar.
Mas é à minha terra que sempre retorno,
bendizendo o meu lugar no mundo,
aquele que reconheço como pátria
e me reconhece como filha.
Terra minha,
não apenas um espaço físico,
mas um conjunto de sentimentos,
modos de ser, posturas,
que definem sua alma,
nossa alma brasileira...
Cecília Quadros
Um dia na minha Terra
Era pequena e sonhava,
Gostava de animais,
Da terra onde vivia,
Do ar puro,
Das flores,
De brincar,
Do sol que entrava na minha janela.
Era pequena e sonhava .....
Mas o tempo foi passando,
A vida mudando,
Mas ainda continuo na minha casinha,
Pintada de branco e amarelo.
Tenho um quintal e tenho em redor as mais belas paisagens que se pode ter.
Não só o céu azul, o manto verde do campo e as flores,
Mas sim o encanto e a beleza que me ilumina todos os dias.
Talvez não esteja no sítio mais belo,
Mas encontro o silêncio e a felicidade.
Acordar de manhã e respirar um ar tão majestoso
É para mim a liberdade e um infindável bem estar.
Um dia na minha terra será perfeito quando conseguir pintar a beleza de uma paisagem
E será para sempre a mais bonita lembrança que tenho da minha aldeia.
Patrícia Caldeira
“Há coxas nuas a correr pela cidade.”...
Há coxas nuas a correr pela cidade.
Ninguém repara nelas,
são coxas vulgares
umas de mulheres
outras de homens,
andando sozinhas, separadas de corpos e almas,
pelo Bairro Alto à noite,
pelas calçadas com pedras soltas,
pelas escadinhas escondidas atrás das esquinas,
pela minha casa e pela minha cama,
quando a penumbra abandona o seu silêncio azul
e lentamente nos murmuria
o caminho da pele.
São coxas simbólicas
lembranças de pequenos amores
e esquecimentos feitos de manhã
quando o corpo já expulsou os seus males
e do sexo terminado faz motivação luminosa.
Algum dia apanharei uma dessas coxas
e a juntarei a mim.
Aí poderei estar à frente do espelho
e encontrar-me naquele limiar
onde observo desfocadamente
o recanto já velho da minha surdez
e já não sei o que vejo:
se o teu cabelo
se o mar invadindo-me.
A PRAÇA
Rejuvenescida e vivaça
Ex-libris da cidade
Tão bela está a Praça
Nosso orgulho e vaidade
Acolhedora e colorida
Espraiam-se nela esplanadas
Buliçosa e envolvida
De gentes refasteladas
Agradável a quem passa
É o coração da cidade
A nossa tão velha Praça
Respira graciosidade
Sala de visitas de Leiria
Alegre e irrequieta
De todos é companhia
Até do Rodrigues Poeta
Em tempos rosa perdida
Que por milagre e graça
A Rainha Santa deixou caída
E se transformou em Praça
Isabel Batista
. (72) Um dia na minha Terr...
. (71) "Há coxas nuas a cor...
. (49) Praia das Pérolas Pe...