Sábado, 26 de Janeiro de 2008

(40) Homossexualidade Urbana - Lisboa

Homossexualidade Urbana - Lisboa

 

Ela sente a vida

Absorve cada voz, cada choro, cada frémito vibrante

Desta cidade pecadora

Como uma fiel e antiga amante.

 

Sente tudo o que ela sente

Toda a dor, toda a tristeza

Sente as suas lágrimas quentes de princesa

Escondidas por detrás do sério semblante.
 

A cidade é ela, e ela é a cidade.

Mil facetas, mil personalidades, mil possibilidades de vida.

A cidade-boémia

A cidade-melancólica

A cidade-prática

A cidade-atrevida

A cidade-sonhadora…

São almas gémeas.

 

E ela deseja-a só para ela, mesmo que povoada de gente.

Quer ser parte dela, porque sabe que já é,

Embora ainda tenha o seu próprio corpo.

E jura que não mente.

 

Jura que partilhará a mágoa da cidade com a sua

Se é que ela ainda a sente.

De tanto amar a cidade, de querer fundir-se nela para sempre,

Já não sabe se sente tudo, se nada sente.

Só sabe que a ama, que a ama,

E que será dela eternamente.

 

Virgínia Vieira

publicado por poesiaemrede às 14:27
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