Do alto da serra algarvia
Vislumbro um magnífico esplendor.
Sente-se uma suave melodia
Inspiração única para qualquer escritor
A essência pura do rio que chega ao mar!
Aqui, onde a água salgada beija a areia
E a natureza continua virgem
Relembrando as batalhas do passado.
No ar… o cheiro das flores
O esvoaçar de um bando de pardais
E o sorriso da lua ao sol.
Vê-se o dia a terminar…
A praia espreita o horizonte,
Os barcos regressam ao lar,
Ouve-se o correr da fonte,
E o crepúsculo apresenta-se mais uma vez formoso!
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Vânia N.
Onde penduro o chapéu
Passei por muitos arvoredos,
Pinhais, montes, cidades e vilas,
Colinas, lagos, prédios e ruínas,
Beleza sem fim e horríveis penedos
Andei por planícies e montanhas,
Caminhei por vales e estreitos,
Toquei casas e apartamentos,
Imensas vivendas estranhas
Vivi em barracas e mansões,
Comi do pior, também do melhor,
Topónimos todos, não sei de cor,
Vi lugares de luz e escuridões
Seja a sarjeta ou um céu
Seja na praia ou na serra
Na verdade a minha terra
É onde penduro o chapéu
António Romano
Uma Aldeia de Viseu
No Vale da Ribeira situada,
Ao pé da serra encostada…
Aldeia da minha infância,
Outrora, alegre e divertida…
As crianças brincavam pelas ruas,
Nas ceifas, as pessoas cantavam
E aos domingos pelos verdes caminhos,
Os namorados passeavam.
No Inverno, parece perdida no tempo.
Apenas o relógio da capela interrompe
O silêncio que percorre as ruas desertas,
Onde permanecem histórias passadas,
Entre as velhas casas de granito…
Há muito tempo abandonadas!
No Verão, os filhos estão de regresso.
À noite, olha-se as estrelas,
Ouvem-se os grilos e o tempo é infinito,
Mas tudo muda ao acordar…
O dia tem mais ritmo, mais vida,
Até se ouvem os passarinhos a cantar.
Como filha, é sempre bom voltar
Onde as pessoas me vêm logo abraçar,
Mas tanta tradição se perdeu…
“À Minha Terra de Viseu!”
Dina Rodrigues
“ SAUDADES
DA ARRÁBIDA “
Oh, sol!
Porque brilhas tão alto?
Diz-me! Preciso do teu calor,
Aquele que aquece o asfalto
Quando o verão é abrasador.
Oh, sol! Sol da minha alma!
Vem p`ra perto e no degelo
Deixa correr minhas lágrimas
Com elas vai meu apelo.
Oh, sol! Sol do meu cansaço!
Diz-me por onde passaste
E se acaso em teu abraço
A Arrábida encontraste.
Oh, sol! Diz-me…
Mas entretanto,
Deixa-me eu a ti dizer
Desta saudade, este pranto
Que aos poucos me faz morrer.
Oh, sol! Fiel mensageiro!
Vai até àquela margem
Do mato, traz-me seu cheiro
Do rio Sado, a paisagem.
Busca na serra o verde
Que há tanto tempo não vejo
Oh, sol! Se por lá passares,
Diz-lhe desta minha sede
E, depois, rega-a com um beijo.
Pois, se teus lábios fossem meus,
Beijá-la-ia… ( Meu Deus!)
Até matar meu desejo.
Maria Crispim
1 de Junho 2007
"espécie de fuga do meu mundo exíguo"
--
tiago dias
Ela sente a vida
Absorve cada voz, cada choro, cada frémito vibrante
Desta cidade pecadora
Como uma fiel e antiga amante.
Sente tudo o que ela sente
Toda a dor, toda a tristeza
Sente as suas lágrimas quentes de princesa
A cidade é ela, e ela é a cidade.
Mil facetas, mil personalidades, mil possibilidades de vida.
A cidade-boémia
A cidade-melancólica
A cidade-prática
A cidade-atrevida
A cidade-sonhadora…
São almas gémeas.
E ela deseja-a só para ela, mesmo que povoada de gente.
Quer ser parte dela, porque sabe que já é,
Embora ainda tenha o seu próprio corpo.
E jura que não mente.
Jura que partilhará a mágoa da cidade com a sua
Se é que ela ainda a sente.
De tanto amar a cidade, de querer fundir-se nela para sempre,
Já não sabe se sente tudo, se nada sente.
Só sabe que a ama, que a ama,
E que será dela eternamente.
Virgínia Vieira
Figueira que dá rosas
Terra onde o tempo acaba pelo amanhecer
Incandescente noite a dourar o sonho do pescador
A febre da vertigem do arbítrio
Lançada em damas de copas aladas
Que vão descendo até ao leito do Mondego
Se perdendo no azul gélido imenso.
Mas a maresia voa e pinta o céu de ouro
Em incandescente e festivo fogo santo
Paisagem bela sobre o embarcadouro
Onde no Verão escaldante a noite varre o quente
E a folia é esguia, cosmopolita e densa.
É preciso amar a praia das gaivotas dançantes
Sorver a aragem purificante sopro do Atlante
Presente de Vénus, perfume inebriante.
E então dormir ao luar dourado e triste
Sob pérolas suaves na noite estrelada
Contemplar a mais bela rosa, doce, rubra, encantada
Qual sereia apaixonada que, sorrindo, em terra persiste.
Autor: Rodriguez
(blog: thisblackheart.blogspot.com)
Por Tua Tez, Os Meus Passos
Ao que me serve o olho
Aponto a tua alvorada
Revelo o tom da certeza
Dos verdes mares deixados
Na terra que chamo de amor
Por onde canta teus pássaros
No entardecer das vontades
Meu povo expressa o cenário
“Nordeste” semente e calor
Deveras parte da vida
Tão luso, quanto riquesa
Berço de minhas conquistas
É neste poema saudades
Que me recordo teus dias
Porque te amei de verdade
Enquanto criança eu vivia
E hoje distante de ti
Já não conheço alegrias
Me deixe morrer em teus braços
Ó minha terra querida
Sao Paulo – 18 janeiro 2008.
Lavo a alma
nas águas do Tejo,
alma das cartas que
ficaram sem resposta.
Do tempo esquecido,
de esperanças na partida
e saudades que
ficam no horizonte.
O Tejo que num dia
se tornou um ponto,
o risco, cicatriz de
corte antigo e profundo.
Marcas que ficaram
no coração, das
lágrimas que nunca
secam completamente.
Deixo nele este tesouro,
a arca vazia que trago comigo
e esta herança que não
cabe no meu peito.
Sanio Morgado
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