Portugalidade
Pelo Norte com Chaves abri,
Lugares vivos e boas gentes
De tempo frio e Homens quentes
A outra invicta havia ali.
Para sul, vendo, olhando, rumei,
Bebi vinho, iguarias comi,
Paisagens lindas e praias eu vi,
Belas montanhas de neve amei.
De saber, cheguei à cidade
De doutos e outros senhores
Bom português, fado e amores
Encantos de vida na verdade.
Sete colinas são as tuas,
És grande, pelo Tejo banhada
Bela, és por todos amada
Na luz que ilumina as ruas.
Planícies de perder o fim,
Chaparros, searas de trigo,
Gaiatos a brincar no milho,
É o quadro mais belo p’ra mim.
Algarve de sol e do mar azul
Dos ingleses e laranja doce
É agora, como se fosse
O nosso outro reino ao sul
Na verdade não há ideal,
A minha terra é Portugal!
Saudades de ti
Molhada és tu, pelas águas do Atlântico,
donde, ao findar a tarde, tens um pôr-do-sol exuberante.
Mãe de poetas que te versam em lindos cãnticos,
e, não te esquecem, mesmo em terra tão distante.
Orgulho puro de quem nasceu de tuas entranhas,
por ver-te forte, mesmo ferida por batalhas.
Sobrevivente da ambição do homem, tão estranha,
que te feriu como corte de navalha.
Em cada esquina de tuas ruas há magia.
E nos teus largos, vês nascer novos amores.
Mavioso encanto e inspiração nas melodias...
És flor mais bela dentre todas outras flores.
Enamorado, apaixonado, te declaro:
que infinito é o que tenho ao coração.
Como poeta, nos meus versos deixo claro.
Todo o amor por ti: São Luis do Maranhão!
Autor(a): Sandra Cristina Silva Borges
Terra de Portugal
Brancas casas caiadas
Que ao sol brando de Outono
Se erguem, testemunhas do tempo,
De um passado sem retorno.
Suas fachadas imóveis
De centenárias vivências,
Seu ar inextirpável,
Sua misteriosa indeiscência,
Que segredos encerra
Desta minha bela terra.
Terra de terra
E da gente dela,
Que é sua alma.
Terra de vinhas,
De íngremes colinas
Terra de rios cintilando
E de lezírias ondeando.
Terra de invicto povo
Que os braços jamais cruzou.
Armado apenas de sua bravura
Cingido dela lutou.
Esta terra em que nasci,
A mesma onde morrerei,
Que amo de lés-a-lés,
A ela presa fiquei.
Esta minha terra amada
De gente simples e leal.
Esta terra abençoada
A que chamaram Portugal!
Inês Ribeiro
são fragrâncias únicas as daquela cidade
pequena, aldeia grande, que tenho e tinha
que me pertence por não ser minha
eternamente nossa e somos só nós na verdade.
Alentejo cheio de sabores e desertificação
cidade perdida e achada no meio dos campos
com tantos cheiros e brilhos e encantos
com gente com vontade de emancipação.
é linda; é cercada com serra.
tem ruas e castelo e ruelas
e cheiros únicos escondidos em vielas
e gente…esta é a minha terra.
Ana Durão
A minha Terra
Nem sempre regressar a casa,
Ao local onde nascemos,
È a melhor solução.
Existe todo um caminho de estrelas mortas,
De sombras, de fantasmas.
E eu sinto que estou na escuridão. Ao teu lado.
Não é preciso visitar-te.
Sei que estás lá. Aqui. Dentro de mim.
Sinto que levanto o peso dos anos.
Todos aqueles que preenchem o calendário.
Não me esqueces. Não te esqueço…
Sei que viverás muito para além dos meus dias.
Assim como o braço do barbeiro
Só está completo quando segura a navalha,
Tu és um prolongamento de mim.
Paulo Eduardo Campos
MOÇAMBIQUE
Pedaço de terra africana
Pedaço de liberdade
Terás tu, para quem te ama
Paz , Amor, Verdade?
Abandonei-te!
Abandonaram-te!
Pedaço de terra africana
Agora que te libertaste
Pergunta a quem te ama
Quanto te sacrificaste?
Sangue e dor se misturaram,
Do branco, negro e mestiço.
Agora que a ferida sararam
Para que valeu tudo isso?
Terás tu, para quem te ama
Paz, Amor, Verdade?
Pedaço de terra africana
Pedaço de liberdade!
Terra minha: o dia depois de amanhã
Empréstimo de espaço poético
abrupto pelo trabalho 24 h.
A poesia-inconformada
pede um tempo
para poder respirar e existir.
O mercado pede progresso;
a poesia pede silêncio.
Paciência de tambores-nativos,
seitas e rituais empurram
o futuro in-vitro para depois.
Incansável mundo clichê
conta as horas perdidas em filas
de bancos, hospitais e sinaleiras.
Os corpos cansados
tentam voltar ao mar.
Bocas catatônicas
dizem algo via dígitos internáuticos
em túmulos verticais.
A esperança habita ateliês de tatuagem
de crianças selvagens
após o desgelo polar.
Como uma profecia,
ou mito,
acima do mar
vida (humana)
apenas a partir do 13ºandar.
Fontão Neto
Portugal
Óh verde e doce país
Meu suave e gentil companheiro
Mundo de gente feliz
E mundo de pouco dinheiro.
País de Luís de Camões
Pessoa, Bocage ou Henriques
Lugar de corações
Planícies de famosos requintes.
Tens virtude mediana e calma
E a passos de caracol vais crescendo
E possuis a maior alma
Desta Europa que te vai perdendo.
Possuis veias de rios navegantes
Onde naus partiram para a descoberta
És país de impérios magníficos
E Impérios de memória incerta.
Doce local de pequeno porte
Onde todos tentam esquecer
Esta politica forte
De ansiar pelo poder.
Oh minha terra e meu paraíso
Minha doce terra Natal
Eu grito num fôlego conciso
Que a ti te amo... meu Portugal.
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