Daqui eu vejo
Deste chão
Desta semente imune à ira da tempestade
Eu nasço
E de mim a terra
Aqui eu me fiz aqui me faço
E aqui o que quer que eu faça
É nulo esforço nulo de verdade
Para impedir o sol de brilhar
Onde quer que ele nasça
Neste Olimpo sem pagãos
Nem tempo para perder ou ganhar
Aguardo e observo
O ritmo absurdo e irregular das coisas
Dessas dependentes autonomizadas tribos
Que se atropelam em forças e esforços
Para sobreviver
Esgotam-me e esgotam-se
No que têm de pior para dar
Melhor seria voltar ao início
Daquele chão
Daquela semente imune à ira
Fazer de novo
Saudades de ti
Molhada és tu, pelas águas do Atlântico,
donde, ao findar a tarde, tens um pôr-do-sol exuberante.
Mãe de poetas que te versam em lindos cãnticos,
e, não te esquecem, mesmo em terra tão distante.
Orgulho puro de quem nasceu de tuas entranhas,
por ver-te forte, mesmo ferida por batalhas.
Sobrevivente da ambição do homem, tão estranha,
que te feriu como corte de navalha.
Em cada esquina de tuas ruas há magia.
E nos teus largos, vês nascer novos amores.
Mavioso encanto e inspiração nas melodias...
És flor mais bela dentre todas outras flores.
Enamorado, apaixonado, te declaro:
que infinito é o que tenho ao coração.
Como poeta, nos meus versos deixo claro.
Todo o amor por ti: São Luis do Maranhão!
Autor(a): Sandra Cristina Silva Borges
Um dia na minha Terra
Era pequena e sonhava,
Gostava de animais,
Da terra onde vivia,
Do ar puro,
Das flores,
De brincar,
Do sol que entrava na minha janela.
Era pequena e sonhava .....
Mas o tempo foi passando,
A vida mudando,
Mas ainda continuo na minha casinha,
Pintada de branco e amarelo.
Tenho um quintal e tenho em redor as mais belas paisagens que se pode ter.
Não só o céu azul, o manto verde do campo e as flores,
Mas sim o encanto e a beleza que me ilumina todos os dias.
Talvez não esteja no sítio mais belo,
Mas encontro o silêncio e a felicidade.
Acordar de manhã e respirar um ar tão majestoso
É para mim a liberdade e um infindável bem estar.
Um dia na minha terra será perfeito quando conseguir pintar a beleza de uma paisagem
E será para sempre a mais bonita lembrança que tenho da minha aldeia.
Patrícia Caldeira
A minha Terra
Nem sempre regressar a casa,
Ao local onde nascemos,
È a melhor solução.
Existe todo um caminho de estrelas mortas,
De sombras, de fantasmas.
E eu sinto que estou na escuridão. Ao teu lado.
Não é preciso visitar-te.
Sei que estás lá. Aqui. Dentro de mim.
Sinto que levanto o peso dos anos.
Todos aqueles que preenchem o calendário.
Não me esqueces. Não te esqueço…
Sei que viverás muito para além dos meus dias.
Assim como o braço do barbeiro
Só está completo quando segura a navalha,
Tu és um prolongamento de mim.
Paulo Eduardo Campos
Besteiras - Uma pequena aldeia
Fiz de uma pequena aldeia ribatejana
Tingida pelo verde intenso da serra
O chão donde minha alma emana,
O meu lar e a minha querida terra.
Fiz do verde intenso dos pinheiros
Refúgio dos meus encantos e ilusões,
Neles escrevi páginas de livros inteiros
Feitos de sonho, fantasia e recordações.
Fiz do chão onde nascem belas flores
E do ar sempre leve, fresco e puro
O maior de todos os meus amores,
As raízes do meu passado e futuro.
Fiz do cheiro da terra em noite de luar
O perfume dos lençóis da minha cama,
Fiz dele a melodia que paira no ar
Sempre que a saudade acende a sua chama.
Fiz de uma pequena aldeia ribatejana
A minha esperança, a luz do meu viver,
Fiz dela o chão donde minha alma emana
Minha terra...
Falo da minha terra com amor e com tristeza.
Essa terra decantada em verso e prosa com muita beleza,
É a terra das palmeiras e do sabiá,
Das motosserras e das queimadas,
Terra a muito massacrada, pelo homem sem coração.
Oh! Minha mãe gentil de beleza esfuziante,
O que aconteceu com teus filhos?
Porque te machucamos tanto, se nos dá tanto?
Tudo o que temos de alguma forma, advêm de ti,
E não lhe somos gratos, apenas nos tornamos fracos
Seduzidos pelo mau, Vil Metal.
Oh! Minha mãe, teu semblante ainda é tão belo.
Tua pele carrega as mais lindas praias,
Veneradas e amadas pelo mundo afora,
As mais belas matas, a terra mais fértil,
Os sabores mais doces, o pulmão do mundo.
Porque somos tão imundos? Porque te fazemos tão mal?
Peço a Deus, que te deu a vida,
No seu momento de maior inspiração,
Que nos dê a palmada merecida,
Para que acordemos desta letargia desmedida
A rezar para que não seja em vão,
O nosso pedido de perdão.
Márcio de Sousa
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