“ SAUDADES
DA ARRÁBIDA “
Oh, sol!
Porque brilhas tão alto?
Diz-me! Preciso do teu calor,
Aquele que aquece o asfalto
Quando o verão é abrasador.
Oh, sol! Sol da minha alma!
Vem p`ra perto e no degelo
Deixa correr minhas lágrimas
Com elas vai meu apelo.
Oh, sol! Sol do meu cansaço!
Diz-me por onde passaste
E se acaso em teu abraço
A Arrábida encontraste.
Oh, sol! Diz-me…
Mas entretanto,
Deixa-me eu a ti dizer
Desta saudade, este pranto
Que aos poucos me faz morrer.
Oh, sol! Fiel mensageiro!
Vai até àquela margem
Do mato, traz-me seu cheiro
Do rio Sado, a paisagem.
Busca na serra o verde
Que há tanto tempo não vejo
Oh, sol! Se por lá passares,
Diz-lhe desta minha sede
E, depois, rega-a com um beijo.
Pois, se teus lábios fossem meus,
Beijá-la-ia… ( Meu Deus!)
Até matar meu desejo.
Maria Crispim
1 de Junho 2007