Terra minha: o dia depois de amanhã
Empréstimo de espaço poético
abrupto pelo trabalho 24 h.
A poesia-inconformada
pede um tempo
para poder respirar e existir.
O mercado pede progresso;
a poesia pede silêncio.
Paciência de tambores-nativos,
seitas e rituais empurram
o futuro in-vitro para depois.
Incansável mundo clichê
conta as horas perdidas em filas
de bancos, hospitais e sinaleiras.
Os corpos cansados
tentam voltar ao mar.
Bocas catatônicas
dizem algo via dígitos internáuticos
em túmulos verticais.
A esperança habita ateliês de tatuagem
de crianças selvagens
após o desgelo polar.
Como uma profecia,
ou mito,
acima do mar
vida (humana)
apenas a partir do 13ºandar.
Fontão Neto
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